Brasília Amapá |
Manaus

Com novo rebaixamento, dólar comercial bate nos R$ 4

Compartilhe

SÃO PAULO- Com um novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil, o dólar comercial opera pressionado e volta aos R$ 4, enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registra perdas em um pregão de forte aversão ao risco no exterior. Às 14h53, a moeda americana era negociada a R$ 3,972 na compra e a R$ 3,974 na venda, uma alta de 0,27% ante o real – na máxima, chegou a R$ 4,010. Já o Ibovespa operava em queda de 1,85%, aos 41.735 pontos.

Nesta manhã, a Moody’s anunciou o rebaixamento da nota de crédito do Brasil de Baa3 para Ba2. Com isso, o país perdeu o grau de investimento nessa agência de classificação de risco – a Standard & Poor’s e a Fitch já tinham retirado o selo de bom pagador no Brasil, no ano passado.

— O rebaixamento já era esperado, mas não dessa magnitude, o que gerou um desconforto no mercado. E na sequência a Moody’s já deve cortar a nota das empresas brasileiras — avaliou Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset.

Já Julio Hegedus Netto, economista-chefe da consultoria Lopes & Filho, afirma que embora o rebaixamento já fosse esperado, há uma preocupação com a dinâmica de crescimento da dívida, em especial após o projeto de adoção de uma banda fiscal.

— O próprio Goldman Sachs, na terça-feira, já levantou o risco de insolvência se a deterioração fiscal persistir. O que contribuiu para isso foi a sugestão da banda fiscal. Tudo isso gerou mais incertezas no meracdo — afirmou.

Álvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais, lembrou que esse rebaixamento já era esperado, mas que ainda assim tem um impacto negativo. “Não que não fosse esperado, mas nem por isso deixa de ser má notícia para o país e empresas brasileiras”, disse, lembrando que ainda há um fator externo que prejudica os negócios no mercado local, que é a queda do preço do petróleo.

O petróleo operou em queda até o início da tarde, mas agora inicia uma leve recuperação. O do tipo Brent tem leve alta de 0,57%, cotado a US$ 33,46 o barril. Isso acaba dando uma alívio para as moedas dos países produtores do óleo e de outros emergentes. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, está perto da estabilidade, com pequena variação negativa de 0,08%.

PETROBRAS EM QUEDA

As perdas generalizadas no exterior também são um pouco do reflexo do pregão de segunda-feira. Em que os ganhos foram considerados exagerados, segundo avaliação de Spyer, da Mirae. Por essa razão, desde terça-feira, os mercados estão em um movimento de realização de lucros. E com um cenário de maior aversão ao risco, há uma migração de recursos para ativos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro americano.

Com o rebaixamento da nota do Brasil pela Moody’s e cenário externo adverso, as ações mais negociadas do Ibovespa operam em forte queda. As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) registram recuo de 1,21%, cotadas a R$ 4,86, e as ordinárias (ON, com direito a voto) têm leve alta de 0,14%, a R$ 7,09.

Também estão em terreno negativo os papéis da Vale. Os PNs caem 5,11% e os ONs registram desvalorização de 5,25%. O setor bancário, o de maior peso na composição do Ibovespa, também está em terreno negativo. As ações preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco caem, respectivamente, 1,84% e 2,12%. Os papéis do Banco do Brasil recuam 3,40%.

No exterior, os principais indicadores do mercado acionário também operam em queda. O DAX, de Frankfurt, fechou com perdas de 2,64%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, recuou 1,96%. O FTSE 100, de Londres, teve variação negativa de 1,60%. Nos Estados Unidos, Dow Jones cai 0,69% e S&P 500 tem recuo de 0,72%%.


...........

Siga-nos no Google News Portal CM7