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Vitória de esquerdista na presidência do Chile derruba Bolsa de Valores e valor da moeda do país

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Vitória de esquerdista na presidência do Chile derruba Bolsa de Valores e valor do peso

Mundo – Ativos chilenos reagem à vitória de Gabriel Boric nas eleições presidenciais do Chile, com a preocupação que o novo presidente esquerdista faça reformas que abalem a economia mais aberta da América Latina.

O peso chegou a cair 3%, para a mínima em 21 meses de 871,46 por dólar no início do pregão, o que ampliou as perdas da moeda neste ano para 18,2%, um dos piores desempenhos do mundo.  Os rendimentos dos títulos em dólar do governo deram um salto, enquanto o ETF iShares MSCI Chile mostrava queda de 7,7% nas negociações do pré-mercado em Nova York. O índice da Bolsa de Santiago caiu 5% na abertura.

“Os preços de mercado não tinham incorporado que Boric poderia ganhar com uma margem tão ampla e um comparecimento tão alto”, disse Hugo Osorio, vice-gestor de estratégia de investimento da Falcom Asset Management, em relatório no domingo.

Eleições do Chile

Boric, deputado da Câmara que ficou conhecido como líder estudantil, com 100% das urnas apuradas, conquistou 55,86% dos votos válidos no Chile — mais de 11 pontos à frente de Kast (44,14%). Aos 35 anos, ele se tornará o presidente mais jovem da história do país quando assumir, em 11 de março, substituindo o conservador Sebastián Piñera.

Os chilenos compareceram em massa para votar no domingo, com mais de 8,3 milhões de votos, a maior participação desde o retorno da democracia em 1990.

Boric concorreu como candidato da coalizão Apruebo Dignidad, que incluía vários partidos de esquerda, incluindo o Partido Comunista.

“Esse é o pior cenário que o mercado poderia presumir, pois esperava uma votação bem mais apertada, um sinal de um país aberto ao diálogo”, disse Klaus Kaempfe, diretor de soluções de portfólio da Credicorp Capital.

Depois do primeiro turno no mês passado, Boric moderou o tom para atrair eleitores do centro. Ele reiterou em discurso no domingo que buscará manter a disciplina fiscal e negociará o avanço das reformas com o Congresso, que incluem aumento de impostos sobre os ricos e sobre a indústria de mineração, rejeição de projetos que afetam o meio ambiente, melhoria dos serviços sociais e desmantelamento do sistema de pensões privado do país.

 

Foro de São Paulo recupera poder

O Foro de São Paulo, maior organização de esquerda do continente e reúne mais de 120 partidos políticos de quase 30 países da América Latina e do Caribe, recuperou o governo de todos os países que havia perdido.

Com a vitória de Boric, Bolívia, Venezuela, Peru, Argentina e agora o próprio Chile voltam a estar sobre a influência de governos de esquerda.

Boric integra o partido Convergência Social (CS), uma fusão entre os partidos de esquerda Movimiento Autonomista (MA) e Izquierda Libertaria. O Izquierda Libertaria, por sua vez, está formalmente registrado como um dos partidos que integra o Foro de São Paulo. Além disso o Convergência Social integra a megacoligação Apruebo Dignidad (AD)​, que reúne a coligação com partidos de nova esquerda Frente Ampla e o velho Partido Comunista, este último também formalmente registrado no Foro de São Paulo.


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