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Um perfil político para a mulher de Mauricio Macri

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BUENOS AIRES — Quando Juliana Awada conheceu Mauricio Macri numa academia de ginástica do bairro de Palermo, há uns sete anos, nunca imaginou que quem era, naquele momento, prefeito de Buenos Aires se tornaria presidente da Argentina. Muito menos pensou que seria a próxima primeira-dama do país. Aos 41 anos, esta belíssima mulher, famosa no mundo da moda por sua grife Awada, mãe de duas filhas de dois casamentos diferentes, desembarcou na Casa Rosada e decidiu encarar o desafio de ocupar um lugar de destaque no governo do marido. Para isso, Juliana, que nunca se envolveu em política, conta com uma pequena equipe de colaboradores comandada pela cientista política Maria Reussi, considerada, por alguns, a encarregada de fazer o coaching da primeira-dama.

Recente reportagem da revista “Notícias”, uma das mais lidas da Argentina, revelou que Maria foi designada como assessora da Presidência. Fontes da Casa Rosada negaram que ela faça um coaching de Juliana e confirmaram, apenas, que “é a chefe da equipe de assessores, quem decide a agenda, ajuda a preparar discursos e está presente em todas as suas atividades”.

— Juliana não vem da política e não é fácil acompanhar Macri. A primeira-dama está se preparando, está construindo um caminho novo para ela — disse uma fonte do governo.

Uma ‘obamização’

Juliana vem de uma família de origem libanesa que alcançou um excelente nível de vida graças ao sucesso de grifes como Awada, para mulheres, e Cheeky, para crianças. Seu segundo marido (o primeiro casamento durou apenas um ano) foi o conde belga Bruno Laurent Barbier, pai de Valentina, de 12 anos, e nada tinha a ver com política. Alguns dos irmãos, principalmente o ator Alejandro Awada, sim, militaram em política. Alejandro nunca escondeu as críticas a Macri, nem mesmo após o cunhado tornar-se presidente.

Mas Juliana nunca se interessou por política. Em meados do ano passado, ela começou a acompanhar Macri em atos de campanha, e sua presença foi aumentando gradualmente. Na reta final e desde que ele chegou ao poder, em 10 de dezembro passado, Juliana decidiu iniciar um caminho que, segundo as mesmas fontes, não tem o objetivo de lançar, no futuro uma eventual candidatura. Apenas “acompanhar o presidente”.

Nessa construção, Michelle Obama é, sem dúvida, sua principal referência. As duas se deram muito bem durante a visita de Barack Obama à Argentina, e Juliana não se cansa de mencionar os conselhos que recebeu da nova amiga. Em entrevista à “Vogue”, da qual, como Michelle, foi capa, fez questão de reiterar sua admiração pela americana. “Ela me disse para nunca esquecer que nós somos a segurança emocional de nossos maridos e filhos e que, se estivermos bem, nossos filhos poderão viver esta experiência com a maior naturalidade possível”.

— Ambas conversaram muito sobre como equilibrar o trabalho com a vida familiar. Juliana ficou encantada com Michelle — assegurou a fonte.

Procurada pelo GLOBO, a chefe de assessores de Juliana não quis dar entrevista. Maria é formada em Ciências Políticas na Universidade Católica Argentina e fez mestrado em Comunicação e Comunicação Política. Foi assessora de Macri e desde 2003 trabalha no PRO, partido fundado pelo presidente.

— Fizemos a reportagem sobre o coaching porque notamos uma transformação sutil em Juliana, vemos que querem dar a ela um perfil mais político — afirmou a jornalista Giselle Lecrercq, da “Notícias”.

Segundo ela, “Maria decide cada passo que Juliana dá, avalia o benefício ou não de cada uma de suas atividades”.

— Como Michelle, a primeira-dama é vista no supermercado fazendo compras quase sem maquiagem, levando as filhas à escola, o perfil está ficando cada vez mais parecido — apontou a jornalista.

De fato, Juliana faz questão de manter sua rotina e todas as semanas circulam fotos suas de calça jeans, camisa e tênis, realizando alguma atividade com as filhas, Valentina e a pequena Antonia, de 4 anos, fruto de seu casamento com Macri. Também como Michelle, ela decidiu armar uma horta na residência presidencial.

— Os Macri admiram o casal Obama e, no caso da primeira-dama, observamos uma clara “obamização” de Juliana — enfatizou Giselle.

O objetivo da Casa Rosada é ter uma primeira-dama moderna, com estilo simples e elegante. Na opinião de Ferni Moreno, diretora de moda da revista “Ohlalá”, uma das mais vendidas, Juliana está seguindo a tendência mundial chamada de effortless chick, ou seja, “estar elegante, sem fazer muito esforço”.

— Nossa primeira-dama representa as mulheres multitasking, que fazem muitas coisas ao mesmo tempo e estão, apesar da correria, bem vestidas e arrumadas — apontou Ferni.

Para ela, “Juliana é uma primeira-dama com estilo muito atual e pessoal. Poderiam existir algumas semelhanças com Jackie Kennedy, pela elegância do simples”.

— Em termos de moda e estilo, Juliana tem uma base muito bem armada. Por isso acho que o que deve ser mais trabalhado agora é seu lado político — comentou Ferni.


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