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Terra natal do avô de Trump, cidade alemã ama o magnata

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BERLIM – Os alemães são, na maioria, contra o pré-candidato republicano Donald Trump, mas uma pequena cidade do estado da Renânia-Palatinado começa a se preparar para a “campanha”, com as cores da bandeira americana. Kallstadt, onde o termo cidade é usado com exagero, pois o lugar parece mais uma aldeia, com 1.200 habitantes, é o berço da família Trump, o que faz com que o prefeito Thomas Jaworek procure ir de carona no sucesso do magnata americano, para fazer propaganda do principal produto da cidade, o vinho.

Em 1885, Friedrich Drumpf, deixou a pobreza na pequena cidade e atravessou o Atlântico em busca de melhores chances profissionais. Depois de mudar o sobrenome para Trump, mais fácil de ser pronunciado no idioma inglês, o jovem alemão conseguiu ficar bem de vida com os negócios imobiliários, mas assim mesmo sofreu pelo resto da vida a perda da pátria, para onde não pôde mais voltar.

De acordo com Roland Paul, do Museu Histórico do Palatinado, centenas de milhares de alemães deixaram o país nessa época, tendo como principal destino “o novo mundo”: Estados Unidos, mas também Brasil e Argentina. Para deixar legalmente a Alemanha, era necessário uma licença de emigração. Quem não requisitava o documento, era considerado “emigrante ilegal” e, com isso, proibido de voltar.

— O avô de Donald Trump foi um emigrante ilegal — revelou Roland Paul, depois de vasculhar no arquivo em busca de dados sobre Friedrich Drumpf.

Mas Kallstadt é o berço também de muitas outras famílias americanas. A cineasta Simone Wendel fala sobre a “alquimia dos genes do sucesso” ao contar a história dos “kallstadtenses” mais famosos. Além de fornecer aos EUA a família Trump, a pequena cidade do Palatinado ficou famosa como lugar de nascimento de Johann Heinrich Heinz, que na primeira metade do século XIX emigrou para os Estados Unidos, onde seus filhos inventaram o ketchup.

Para o filme “Kings of Kallstadt”, Simone entrevistou Trump pessoalmente. Para sua surpresa, o bilionário americano afirma que teria feito sucesso também se a sua família tivesse ficado em Kallstadt.

Embora os integrantes da dinastia do ketchup tenham visitado a cidade com frequência, tendo doado um novo órgão para a igreja, o prefeito Jaworek diz que sente ainda mais orgulho de Trump.

— Seria uma grande honra para a nossa cidade se ele nos visitasse um dia, ainda mais como presidente — diz.

Entretanto, Hans Joachim Bender, de 72 anos, parente distante de Trump, é contra o republicano.

— No seu estilo exagerado, ele não parece muito uma pessoa daqui — diz.

O avô de Bender era da família Drumpf e a avó, da familia Heinz.


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