Brasília Amapá Roraima |
Manaus
STORIES
Brasília Amapá Roraima

Protestos em Moçambique causam dezenas de vít1mas entre adultos e cri4nças

Compartilhe
Protestos em Moçambique causam dezenas de vít1mas entre adultos e cri4nças

Mundo – A crise política em Moçambique intensificou-se após as eleições gerais de 9 de outubro, levando a semanas de protestos que resultaram em graves consequências para a população. Relatórios da Human Rights Watch (HRW) indicam que, entre as dezenas de vítimas dos confrontos, pelo menos 10 crianças perderam a vida, e muitas outras ficaram feridas durante ações violentas das forças de segurança.

Veja vídeo:

Os protestos começaram após a divulgação dos resultados preliminares pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), em 24 de outubro, que deram uma vitória esmagadora ao candidato da FRELIMO, Daniel Chapo, com mais de 70% dos votos. A oposição, liderada por Venâncio Mondlane, do Podemos, contestou os números, apontando graves irregularidades nas urnas e uma discrepância evidente entre os votos apurados nas eleições presidenciais, parlamentares e provinciais.

Observadores internacionais, incluindo delegados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), relataram sinais de manipulação, aumentando a tensão e alimentando o descontentamento popular.

Repressão violenta e detenções em massa
Conforme os protestos se espalharam pelas principais cidades moçambicanas, as forças de segurança responderam com repressão severa. Dados coletados por organizações internacionais indicam que entre 30 e 50 pessoas foram mortas por disparos de armas de fogo. Além disso, centenas de manifestantes, incluindo menores, foram detidos pelas autoridades.

A HRW denuncia que o governo tem se recusado a divulgar informações oficiais sobre o número total de vítimas e prisões, enquanto a sociedade civil alerta para o aumento contínuo das violações de direitos humanos no país.

O clima de instabilidade é agravado pelo atraso na decisão final do Conselho Constitucional sobre os resultados das eleições, que só será anunciada em 23 de dezembro. A escolha da data, coincidente com o período natalino, tem sido criticada por analistas e membros da oposição, que veem nela uma tentativa de diminuir a atenção pública e consolidar os resultados já apresentados pela CNE.

Entre as irregularidades apontadas estão disparidades significativas nos números apurados para as diferentes eleições realizadas simultaneamente. Os votos nas presidenciais, parlamentares e provinciais apresentaram diferenças inexplicáveis, levantando suspeitas de manipulação. Além disso, a oposição apresentou atas de votação que divergem dos números oficiais divulgados pela CNE.

Além das mortes e ferimentos, a repressão tem gerado temor generalizado entre a população. Crianças figuram entre as principais vítimas da violência, destacando a gravidade da situação humanitária. Observadores alertam que a continuidade do impasse político pode agravar ainda mais as condições no país, com o risco de novos protestos e ações repressivas.

Enquanto Moçambique vive dias de grande tensão, a comunidade internacional observa com preocupação. O desfecho deste processo eleitoral terá implicações não apenas para a democracia no país, mas também para os direitos fundamentais da população, que clama por justiça e respeito às suas escolhas nas urnas.


Siga-nos no Google News Portal CM7