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Princesa Cristina testemunha pela primeira vez em julgamento por crimes fiscais

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PALMA DE MALLORCA, Espanha —A princesa Cristina, irmã do rei Felipe VI, deu início ao seu testemunho em um julgamento por crimes fiscais no caso de corrupção envolvendo o seu marido, Iñaki Urdangarin, nesta quinta-feira. No entanto, a infanta optou por sentar em silêncio no banco dos réus, usufruindo do seu direito de responder apenas a perguntas feitas pelo seu próprio advogado. O escândalo envolvendo a realeza espanhola pode levá-la a enfrentar até oito anos de prisão.

Ela é acusada por dois delitos de evasão fiscal por supostamente não declarar impostos sobre despesas pessoais pagas por uma empresa suspeita de corrução de sua propriedade e de seu marido. A Justiça do país argumenta que o crime não só prejudica a administração pública, mas também a todos os cidadãos.

“Não pagar os impostos devidos causa prejuízo no orçamento necessário para assegurar uma distribuição equitativa doos recursos públicos”, sinaliza o tribunal em sua sentença.

Udangarin, medalhista olímpico de handebol e empresário, enfrenta a acusação mais grave por supostamente ter usado o seu título de duque de Palma para desviar cerca de € 6 milhões em contratos públicos através do Instituto Noos, uma organização sem fins lucrativos que dirigia com outro sócio. A procuradoria pede 19 anos e meio de prisão para ele.

Em três dias de depoimento, o marido da princesa não soube explicar como algumas despesas pessoais — a exemplo de viagens de safari e compras de garrafas de vinho — foram descontadas no cartão de crédito de uma empresa de que o casal é co-proprietário. No entanto, ele insistiu que nunca imaginou que poderia estar fazendo algo de questionável.

— Eu nunca tive conhecimento de que estava cometendo um crime fiscal porque eu tinha meus assessores que me diziam que estava tudo correto — afirmou Udangarin.

Juntos a outros 16 acusados, eles se veem diante de um alto risco em uma monarquia que teve a imagem arranhada várias vezes nos últimos anos. Trata-se de um dos maiores escândalos de corrupção na Espanha.

Segundo o juiz de instrução do caso, a infanta conhecia os negócios do marido e se beneficiou pessoalmente do dinheiro desviado. O próprio procurador, no entanto, não viu indícios do delito e chegou a proibi-lo de processar a infanta por tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

Cristina nega qualquer irregularidade. Em 2014, quando foi interrogada por cinco horas pelo juiz de instrução, disse apenas confiar no marido.


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