Presidente da Coreia do Sul é preso por tentativa de golpe e mantém silêncio durante interrogatório
Mundo – A polícia sul-coreana prendeu o presidente Yoon Suk-Yeol, que tentou aplicar lei marcial no início de dezembro do ano passado. Agentes passaram horas ontem negociando com a equipe de segurança do presidente afastado, que enfrenta um processo de impeachment e não compareceu às audiências.
Policiais deixaram residência presidencial com Yoon Suk-Yeol. Mais de três mil agentes foram mobilizados para garantir a prisão do presidente. As informações são da agência de notícias sul-coreana Yonhap.
O presidente critica circunstâncias da prisão. “É deplorável que o procedimento tenha sido realizado de forma coercitiva com um mandado inválido”, disse Yoon Suk-Yeol a jornalistas enquanto era conduzido pelos agentes.
Investigadores tiveram de usar escadas para entrar em residência presidencial. Membros da segurança de Yoon usaram veículos para criar barricadas em torno do edifício. Quando os policiais conseguiram atravessar as barreiras, tiveram de entrar em conflito com advogados e membros do partido de Yoon, que tentaram bloquear o acesso das autoridades à residência presidencial.
O vice-diretor da Agência de Segurança Nacional, Kim Seong-hoon, também foi preso, segundo o jornal sul-coreano Chosun. Ele é acusado de não atender a pedidos da polícia para colaborar nas investigações contra o presidente.
Manifestantes favoráveis e contrários a presidente se reuniram em torno de residência presidencial. Cerca de 8,7 mil favoráveis a Yoon se reuniram perto da residência oficial, dizendo que “estão com o presidente” e que a prisão é ilegal. Enquanto isso, pouco mais de 200 opositores se juntaram, aplaudiram a polícia e pediram para os apoiadores do presidente que não interfiram na execução do mandado de prisão.
Esta foi a segunda tentativa de prender o presidente afastado. No dia 3 de janeiro, autoridades estiveram na residência oficial para cumprir um mandado de prisão contra Yoon Suk Yeol, mas guardas presidenciais e as tropas militares da Coreia do Sul impediram a detenção.
O vice-diretor da Agência de Segurança Nacional, Kim Seong-hoon, também foi preso, segundo o jornal sul-coreano Chosun. Ele é acusado de não atender a pedidos da polícia para colaborar nas investigações contra o presidente.
Tentativa de impor lei marcial e processo de impeachment
Yoon está sendo investigado criminalmente por insurreição devido a sua tentativa fracassada de impor a lei marcial em 3 de dezembro. A decisão surpreendeu a Coreia do Sul e provocou o primeiro mandado de prisão para um presidente em exercício. Em 14 de dezembro, a Assembleia Nacional suspendeu Yoon da presidência.
O político também enfrenta um julgamento de impeachment que começaria a ser julgado hoje na corte sul-coreana. O presidente afastado, no entanto, tem resistido a contribuir com as investigações e não compareceu ao tribunal nesta terça, o que fez o início dos trabalhos serem adiados. Seus advogados alegaram “preocupações com a segurança e possíveis incidentes”.
O processo deve durar até meados de junho. Medida pode resultar na saída definitiva do líder ou na devolução de seus poderes.
Mesmo suspenso do cargo, Yoon recebeu aumento salarial ontem (13). Seue salário aumentou para 262 milhões de won (Pouco mais de R$ 1 milhão por ano na cotação atual). A informação foi obtida pela AFP nesta segunda-feira em um documento do Ministério de Gestão de Pessoal e Inovação do país.
* Com informações da Uol