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Prefeito londrino sob fogo cruzado após chamar Obama de ‘meio queniano’

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LONDRES — O prefeito de Londres, Boris Johnson, enfrenta fortes críticas nesta sexta-feira por ter sugerido que Barack Obama teria uma aversão ancestral pelo Império Britânico por causa das suas raízes do Quênia. Em visita ao Reino Unido, o presidente americano defendeu a permanência do país na União Europeia com um artigo na imprensa britânica — posição a que Johnson faz forte oposição. Em resposta, o prefeito questionou o presidente com duras palavras que levantam acusações de racismo contra ele.

Em artigo do jornal “The Sun”, Johnson alegou que um busto do ex-premier britânico Winston Churchill foi removido da Casa Branca após a eleição de Obama. Para o prefeito, este é um símbolo da aversão ancestral parcialmente queniana do presidente pelo Império Britânico, do qual Churchill foi um vigoroso defensor.

O pai de Obama nasceu no Quênia, que é uma antiga colônia britânica. O país conquistou sua independência nos anos 1960. A Casa Branca negou a veracidade da história sobre o busto de Churchill, afirmando que a escultura permanece em um local de destaque da residência presidencial.

Os comentários de Johnson geraram forte criticismo entre seus opositores políticos. Ele foi acusado de racismo por John McDonnel, representante do Partido Trabalhista.

— Isto está abaixo das políticas de todas as partes. Nós talvez esperemos isso de Donald Trump, mas Boris deveria fazer melhor e os londrinos merecem mais — disse o parlamentar Chuka Umunna, do Partido Trabalhista.

Ex-líder do Partido Liberal, Menzies Campbell classificou o ataque de difamação inaceitável.

— Muitas pessoas vão achar que o ataque de Boris Johnson contra a sinceridade do Presidente Obama profundamente ofensivo — disse Campbell.

Já o ex-representante britânico na União Europeia, Stephen Wall, disse que as observações do prefeito sobre a descendência queniana de Obama são humilhantes para o debate sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia.

Neto de Churchill, o legislador conservador Nicholas Soames escreveu que o artigo de Johnson estava totalmente errado em quase tudo — e disse que seu argumento era vazio e irrelevante.

APELO AOS BRITÂNICOS

Em uma visita à capital britânica, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um apelo fervoroso pela permanência do Reino Unido na União Europeia (UE). Preocupado com o potencial enfraquecimento do Ocidente pela saída do país do bloco, ele afirmou que a adesão britânica ajuda a tornar o mundo mais livre e fortalece a luta contra o terrorismo.

A manifestação de apoio do presidente americano ao primeiro-ministro britânico David Cameron, que defende a permanência do Reino Unido da UE, veio em um artigo publicado nesta sexta-feira pelo “Daily Telegraph”. Em junho, será realizado um referendo para consultar a população sobre a saída do país do bloco.

“A União Europeia não modera a influência britânica, e sim a engrandece. Uma Europa forte não é uma ameaça para a liderança global do Reino Unido, ao contrário, fortalece a liderança global britânica”, escreveu Obama.

O presidente ainda se disse um amigo dos britânicos e louvou a influência de grande porte da Grã-Bretanha. Ele relembrou a história dos dois países e, em particular, as dezenas de milhares de americanos que jazem em túmulos de guerra na Europa.

Nascido em Nova York, Johnson classificou a declaração de Obama foi classificada de paradoxal, inconsistente e incoerente.

“Os americanos não aceitariam por nada no mundo algo que se parecesse com a UE, nem para eles, nem para seus vizinhos. Por quê acreditam que é algo bom para nós?”, afirmou o prefeito londrino


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