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População revoltada, amarra e humilha prefeito por não cumprir o que promete

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Mundo – Tensão, violência e indignação popular – esse foi o tom de um ‘motim’ em uma comunidade próxima à pequena cidade boliviana de San Buenaventura, com 8 mil habitantes e 564 km distante da capital do país. O prefeito Javier Delgado foi amarrado pelos pés em uma ‘armadilha’ rústica de madeira e permaneceu, por pelo menos uma hora, preso pelos manifestantes.

O homem fumava um cigarro e estava rodeado de animais e cidadãos furiosos com a sua conduta. Delgado estava na comunidade de San José, adjacente à San Buenaventura, para inaugurar um galpão construído pela prefeitura quando foi surpreendido pela população insatisfeita com sua gestão. O motivo para tal revolta, porém, pode assustar os mais pacifistas. Delgado é acusado por parte da população local de ter mentido em sua campanha e de não ser fiel às promessas feitas na eleição.

As informações, divulgadas pelo jornal boliviano El Deber, não discriminam quais são, entretanto, as tais promessas de campanha. Em entrevista ao periódico, o prefeito afirmou que ”foi tudo uma confusão provocada por pessoas que espalharam mentiras com o intuito de revogar o meu mandato” e que não conseguiu se defender. Ele complementou: ”só consegui me explicar depois”.
Jogo de poder

O político, historicamente, fez parte do do Movimento ao Socialismo (MAS), ligado ao presidente Evo Morales, mas rompeu com a legenda nas últimas eleições. É a segunda vez que Delgado assume a prefeitura da cidade, mas, no último período eleitoral sua vitória se deu quando ele, junto a outros políticos da região, criou um pequeno partido de oposição ao MAS.

Para o prefeito, a culpa da revolta popular é de ”gente que tem muito dinheiro, empresas, que exercem atividades econômicas fortes e que perderam o poder” que, em sua visão, tentam ”convencer” a população de que ele é um mal gestor. ”Sinto uma profunda tristeza quando vejo que a população está desinformada”, afirma. Apesar de chocante, não é a primeira vez que esse tipo de ação é aplicada ao prefeito. Foi a terceira, em apenas dois anos de governo. Na região, a prática é comum e antiga.


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