Países bálticos temem ser rota para refugiados e erguem cercas
VILNIUS – O maior controle nos trajetos tradicionais de refugiados e a rota dos Bálcãs praticamente fechada fizeram com que países como Estônia, Letônia e Lituânia temessem se tornar um novo ponto de entrada para a Europa. As preocupações aumentaram depois que cerca de 6 mil solicitantes de asilo cruzaram, no ano passado, a Finlândia e a Noruega desde a Rússia.
Com o fechamento parcial da rota direta da Grécia para a Europa continental, outro trajeto passando por Moldávia, Ucrânia e chegando aos países bálticos poderia se tornar mais popular, segundo autoridades.
No ano passado, a Rússia anexou a região da Crimeia e um agente de segurança estoniano foi sequestrado na região. Depois disso, Letônia e Estônia começaram a construir cercas na fronteira com a Rússia e verificar com mais rigor a identidade dos migrantes. A Estônia também começou a instalar dispositivos de vigilância, como os já existentes na fronteira lituana com a Bielorrússia, numa tentativa de impedir tanto o contrabando contra a imigração ilegal.
Fluxo ainda é baixo
Na Lituânia, centenas de guardas, policiais e soldados começaram esta semana um treinamento para enfrentar uma possível crise.
— Até o ano passado, nem a Noruega nem a Finlândia tinham nenhum problema com a fronteira — disse o comandante de fronteira da Lituânia, Renatas Pozela. — Mas o fluxo de imigrantes disparou em uma semana, como se tivessem chegado com uma varinha mágica.
Mas, até agora, o número de refugiados escolhem a zona é muito baixo. Em 2015, dos 31 mil imigrantes que chegaram à Noruega, apenas 5 mil vieram pela Rússia. Por outro lado, o número de imigrantes que chegaram à Finlândia pela Rússia diminuiu.
— É lamentável que tenhamos que precisar de cercas na fronteira — lamentou Ojars Eriks, membro do Parlamento da Lituânia e da Comissão dos Assuntos Europeus. — Mas, dadas as circunstâncias atuais na Europa, pode ser necessário.
