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Oposição venezuelana inicia campanha para tirar Maduro do poder

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CARACAS — A oposição venezuelana anunciou nesta terça-feira o início de uma grande campanha de mobilização popular para pressionar a renúncia do presidente Nicolás Maduro ao longo dos próximos dias. Enquanto o país vive a sua maior crise política e econômica em décadas, os parlamentares oposicionistas prometem ainda convocar um referendo revogatório e promover uma emenda constitucional que viabilizariam a mudança no governo.

A partir do próximo sábado, os parlamentares da bancada oposicionista esperam uma “ampla mobilização popular e pacífica” para apoiar as estratégias legais que correm paralelamente na Assembleia Nacional.

— A Mesa da Unidade Democrática (MUD) tomou a decisão unânime de convocar o povo da Venezuela a formar o maior movimento de pressão popular que já existiu para ativar todos os mecanismos de mudança — afirmou o secretário executivo da coalizão opositora, Jesús Torrealba, à imprensa local.

No entanto, analistas políticos afirmam que estes mecanismos legais deverão passar pela aprovação do Conselho Nacional Eleitoral — acusado pela MUD de ser favorável ao governo de Maduro. As reformas incluiriam recortar o mandato presidencial de seis para quatro anos, acabar com a reeleição indefinida e diminuir o período dos magistrados do Tribunal Supremo de Justiça de 12 a seis anos.

‘DAQUI NINGUÉM ME TIRA’

A convocação de um referendo revogando o mandato de Maduro parece ser a opção mais simples, já que não precisaria passar pela aprovação de nenhuma instância. Como o sucessor de Hugo Chávez chega este ano à metade do seu mandato de seis anos, para colocá-lo em prática, seria preciso recolher 4 milhões de assinaturas, processo que “já está sendo encaminhado”, de acordo De Grazia — que não forneceu mais detalhes.

Na última quinta-feira, Maduro respondeu à iniciativa dos parlamentares com um discurso intenso em Caracas. O mandatário afirmou que ninguém poderá tirá-lo do Palácio de Miraflores — a que chamou de casa — e, consequentemente, do seu cargo como presidente do país.

— Querem me tirar daqui, mas daqui ninguém me tira, companheiros — declarou o presidente em uma cerimônia para lançar uma iniciativa de combate à crise econômica venezuelana. — Aqui ninguém se rende. Aqui nós vamos adiante com trabalho e mais trabalho.


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