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Muçulmano, novo prefeito de Londres homenageia vítimas do Holocausto

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LONDRES — Após uma campanha marcada por islamofobia e acusações de antissemitismo contra o Partido Trabalhista, o novo prefeito de Londres escolheu como seu primeiro ato oficial uma homenagem aos milhões de judeus exterminados no Holocausto. O muçulmano Sadiq Khan, que foi acusado por adversários do Partido Conservador de defender o extremismo islâmico, participou no norte da capital britânica da cerimônia anual de Yom HaShoah (Dia da Lembrança do Holocausto) num estádio de rúgbi lotado, incluindo mais de 150 sobreviventes do Holocausto.

Ao lado do rabino-chefe do Reino Unido, Ephraim Mirvis, Khan se disse honrado por reunir-se com sobreviventes e refugiados judeus “que superaram os horrores inimagináveis do Holocausto”.

O ato serviu também para minimizar a polêmica causada pelo trabalhista Ken Livingstone. Prefeito de 2000 a 2008, ele recebeu mês passado uma suspensão no partido após defender que Adolf Hitler apoiou a meta sionista de criar Israel. Livingstone prometeu lutar contra uma possível expulsão da principal legenda de oposição no Reino Unido. O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, abriu uma investigação independente para apurar o grau de antissemitismo dentro do partido. A ala mais à esquerda tradicionalmente simpatiza com as demandas palestinas de um Estado próprio e adotou uma postura crítica a Israel.

— Há tempos temos grandes e orgulhosos antecedentes contra o racismo, incluindo o antissemitismo — disse Corbyn quando deu início às investigações, há dez dias.

Em sua primeira grande entrevista como prefeito, após ser eleito na última quinta-feira, Khan não poupou críticas a Corbyn. Ontem no “Andrew Marr Show” (programa de TV), ele afirmou que o partido, sob a liderança de Corbyn, não estava fazendo o suficiente para abordar as preocupações dos eleitores comuns. Para ele, se o líder da legenda não mudar de postura e estender a mão para todo o eleitorado, sua missão central corre sério risco.

— No trabalhismo, nossa missão é melhorar a vida das pessoas. E somente podemos fazer isso vencendo eleições. E só podemos vencer se falarmos também para as pessoas que não votaram no partido — disse Khan. — Meu ponto é muito simples: temos que parar de falar sobre nós mesmos e começar a falar com os cidadãos sobre as questões que são importantes para eles.


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