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Em pesquisa, 72% defendem saída antecipada de Maduro

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CARACAS – Uma nova pesquisa do instituto Datincorp, divulgada nesta segunda-feira, mostra que 72% dos venezuelanos consultados defendem a saída antecipada do presidente Nicolás Maduro do cargo. O mandatário é alvo de projetos na Assembleia Nacional que visam a reduzir seu tempo no cargo ou ainda destitui-lo, alegando incapacidade de sua manutenção política.

Com quase 3% de margem de erro, os 11.96 ouvidos na pesquisa afirmaram que querem que Maduro deixe a Presidência antes de 2019, quando seu mandato acaba. As opções defendidas são um referendo que revogue seu mandato (29% do total), Assembleia Constituinte e um governo de unidade (14%, ambos) e a renúncia do presidente (13%). A hipótese de uma intervenção militar é apoiada por apenas 2%.

O índice de reprovação ao governo é avaliado em 65%, e 54% dos recenseados afirmam que as primeiras ações da nova conformação da Assembleia Nacional (AN) não atendem às expectativas dos que votaram a favor da vitória dos candidatos da oposição no Legislativo.

Entre os chavistas, Maduro continua o líderes mais bem avaliado (19%). Seu atual vice, Aristóbulo Istúriz, tem 2%, e o deputado e ex-líder da Assembleia Diosdado Cabello conta com apenas 1%. Do lado opositor, a liderança que inspira mais confiança é Leopoldo López (preso desde 2014, tendo 18% no levantamento), seguido do empresário Lorenzo Mendoza (10%), os governadores Henry Falcón (9%) e Henrique Capriles (7%) e o atual líder do Legislativo, Henry Ramos Allup (6%).

Após concordar que o governo tem “gerido de maneira insustentável o país”, levando à grave crise econômica e índices sociais baixos, a oposição se divide entre qual a melhor maneira de afastar Maduro do poder. Capriles, ex-candidato presidencial, defende simultaneamente que se vote a aprovação do referendo popular que poderia tirá-lo e que se convoque uma emenda constitucional que encurta seu mandato. Outros nomes, como Ramos Allup, sugerem que a maioria opositora declare abandono de cargo de Maduro por “não cumprir funções de governo”.

— A mudança é inevitável, porque este governo atravessa uma crise terminal e já não pode mais se sustentar — disse Allup na semana passada. — Se antes o período de seis meses para uma solução democrática, constitucional, pacífica e eleitoral era algo positivo, hoje ninguém tem dúvida de que é muito tempo. Não tenho dúvida de que o governo está fazendo o possível para sofrer um golpe em busca de uma justificativa para depois dizer: ‘Não pude fazer o que queria porque fui derrubado’.


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