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‘Eleições foram mal-interpretadas’, diz economista venezuelano

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SÃO PAULO – O economista venezuelano Luis Vicente León criticou a estratégia da oposição do país após a vitória nas eleições parlamentares no ano passado. O diretor da Datanalisis, empresa de análise de mercados, realizou uma palestra no Instituto FHC sobre as perspectivas do país. Segundo León, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), principal coalização opositora, superestimou sua capacidade ao afirmar que poderia tirar o presidente Nicolás Maduro do poder em 6 meses.

– O governo segue sendo muito mais forte que a oposição em termos institucionais. As eleições foram mal-interpretadas – disse.

Apesar de valorizar a primeira vitória eleitoral do grupo sobre o chavismo em 17 anos, o economista lembrou do poder institucional que os seguidores do ex-presidente ainda possuem, dentre eles o Tribunal Supremo de Justiça, que recentemente legitimou o decreto econômico de emergência do governo apesar de sua reprovação na Assembleia Nacional e evitou a posse de três parlamentares da MUD, tirando a maioria qualificada que o grupo obteve nas eleições de 2015 e permitiria a convocação de uma constituinte.

– É uma Assembleia Nacional que não pode legislar ou controlar o Estado porque o Tribunal impede. É um Tribunal chavista que respeita muito mais a revolução que a Constituição. Esse Tribunal pode dizer que a Constituição é inconstitucional e estão convencidos de que isso é o certo.

A próxima polêmica que deverá ser encaminhada para resolução no Poder Judiciário será a lei de anistia aprovada na Assembleia e que trata da liberação de lideranças presas após protestos em 2014, como Leopoldo Lopez e Daniel Ceballos. Para Luis Vicente León, a medida deverá ser considerada inconstitucional pelo Tribunal, a não ser que isso não seja de interesse do governo. No entanto, caso isso ocorra, políticos como Leopoldo Lopez não deverão ser liberados. No último sábado, Maduro anunciou que fará uma ampla consutla antes de adotar uma posição sobre a lei.

Sobre a situação econômica do país, León afirmou que até mesmo outro governo teria dificuldades. O economista apresentou a queda dos preços do petróleo, a diminuição das reservas cambiais e uma inflação que chega a 180% ao ano como responsáveis pela deterioração da qualidade de vida. Essa, segundo o diretor do Datanalisis, é a maior preocupação do povo venezuelano.

– O que ele quer hoje que é que se resolva o problema econômico. Interessa-lhe água, comida, emprego.

(*Estagiário, sob supervisão de Mariana Timóteo da Costa)


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