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Candidata antissistema vai disputar segundo turno em eleição de Roma

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ROMA — A candidata antissistema Virginia Raggi foi a mais votada no primeiro turno das eleições municipais de Roma neste domingo, e vai enfrentar no segundo turno o candidato de centro-esquerda Roberto Giachetti. O resultado soa como uma advertência para o premier italiano, Matteo Renzi, antes de um referendo em outubro.

De acordo com resultados quase definitivos, a candidata do Movimento Cinco Estrelas (M5S) obteve 35,37% dos votos, contra 24,80% de Giachetti, do Partido Democrata (PD) — o mesmo de Renzi —, podendo se tornar a primeira prefeita mulher de Roma

Ainda que este resultado não seja realmente uma surpresa, uma vez que a advogada de 37 anos era considerada a favorita nas pesquisas, a relativamente baixa votação do representante do partido no poder é mais surpreendente.

No segundo turno, Giachetti poderia ganhar 10,95% de votos da centro-direita, que governa com o PD. Mas provavelmente será insuficiente para vencer o M5S, que poderia somar mais 20,68% dos votos de Giorgia Meloni, terceira candidata e apoiada pela Liga do Norte, o partido populista e anti-imigração de Matteo Salvini, para quem o inimigo é principalmente Renzi.

— Eu nunca votaria em um candidato do PD (…), nem sob tortura. Portanto, no caso de uma disputa Giachetti-Raggi, votaria Raggi — afirmou Salvini em meados de maio.

Uma vitória clara parece se desenhar para Virginia Raggi, que já citou no domingo à noite os “ventos da mudança” para a capital italiana.

RENZI ‘INSATISFEITO’

Diante de tal cenário, juntando o fato de que sua candidata em Nápoles nem sequer chegou ao segundo turno, Matteo Renzi se declarou nesta segunda-feira “insatisfeito” — ele almeja uma vitória na capital para ampliar seu domínio na política italiana.

Mas os romanos, desiludidos depois de anos de inação e descuido, optaram pelo M5S, segunda força política no país desde as legislativas de 2013.

Com a morte, em 12 de abril, do “guru” e co-fundador do Movimento, Roberto Casaleggio, e a escolha anunciada de Beppe Grillo de se retirar dos cargos mais avançados, o caminho está agora aberto sobre o futuro do movimento.


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