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Brasil se torna co-patrocinador do plano argentino para crise venezuelana

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WASHINGTON — Em reunião entre líderes da Organização dos Estados Americanos (OEA), o Brasil e outros dez países se tornaram oficialmente co-patrocinadores da solução argentina para enfrentar a crise da Venezuela. A decisão vem como uma tentativa de vencer a resistência venezuelana ao plano alternativo da Casa Rosada. Os venezuelanos estão dispostos a apoiar a iniciativa, mas Caracas não gostou da proposta argentina ser co-patrocinada pelos Estados Unidos.

Uma fonte diplomática afirma que a proposta argentina reconhece a Venezuela como parte da solução. Até o momento, os países que apoiaram o plano na reunião da organização são: EUA, Barbados, Costa Rica, Canadá, Brasil, Honduras, Mexico, Guatemala, Peru, República Dominicana e Uruguai.

A ideia da Casa Rosada é propor algo em comum acordo com o governo de Caracas, o que contrasta com o projeto apresentado ontem pelo secretário-geral da entidade, Luis Almagro, que quer evocar a Carta Democrática contra o país e pediu uma reunião entre os dias 10 e 20 de junho. De acordo com a proposta, a OEA faria um “oferecimento fraterno” à Venezuela para uma ação que busque soluções em um “diálogo aberto e inclusivo” dos diversos atores políticos e sociais do país.

No início do encontro, o embaixador da Venezuela na OEA, Bernardo Alvarez, afirmou que analisa uma declaração do organismo continental sobre a situação do país. Ele sustentou que qualquer solução tem de passar pelo governo de Maduro:

— O ponto central é que, se querem apoiar a Venezuela, é preciso apoiar o seu governo legítimo e constitucional, pois na Venezuela há um governo legítimo e constitucional e qualquer decisão sobre o país precisa partir deste governo — disse.

​O representante brasileiro na OEA, embaixador José Luis Machado e Costa, afirmou em seu pronunciamento que a Venezuela sempre pode contar com o apoio do Brasil, mas que ​​é preciso garantir os direitos humanos “para todos os venezuelanos”:

— A proposta apresentada pela Argentina traduz o firme compromisso com os princípios consagrados pela OEA, respeita o Estado de Direito e a ordem constitucional na Venezuela e abre o espaço para o entendimento — disse o brasileiro.

A proposta ainda respalda a atuação de três ex-presidentes — José Luis Rodríguez Zapatero (Espanha), Leonel Fernández (República Dominicana) e Martín Torrijos (Panamá) — que tentam estabelecer um diálogo entre o governo e a oposição venezuelanos. A medida prevê também uma coordenação com outras frentes de negociação que estão surgindo.

Ainda não há previsão se algum documento será aprovado e nem mesmo que horas pode acabar esta reunião do Conselho Permanente da OEA. O secretário-geral da entidade, Luis Almagro, não participa dos debates.

A reunião do Conselho Permanente da OEA começou com uma hora e quinze de atraso. Neste período, tentava-se fazer apenas uma única reunião para tratar de Venezuela, mas não houve acordo. Assim, haverá uma reunião que vai tratar da proposta argentina, e outra a tarde, com uma posição da Venezuela. Isso indica que um acordo para que exista um consenso na proposta argentina está distante.

Almagro evocou a Carta Democrática, indicando que vê uma “alteração constitucional” que ameaça a democracia na Venezuela. Foi a primeira vez que um secretário-geral da OEA evocou o documento. Segundo a sua proposta, os países precisam aprovar novas gestões diplomáticas e, caso isso não dê resultados, uma assembleia da OEA poderia decidir pela suspensão do país do organismo continental.


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