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A nova e a velha Havana: gerações exaltam visita de Obama

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Yuriel Ynalitis, 28 anos, e Ramona Denocele, 29 anos

— Ele veio com a mensagem de paz que eu queria, de esperança, falou muito para os jovens. E, ao mesmo tempo, mostrou que os Estados Unidos não são perfeitos e as mudanças não acontecerão do dia para a noite — analisou Ramona Denocele, de 29 anos, que está desempregada e vive de bicos na capital cubana, ao assistir ao discurso de Barack Obama pela TV de sua casa, um solar (espécie de cortiço) no Centro de Havana.

Sua irmã por parte de mãe, Yuriel Ynalitis, de 28 anos, trabalha como gari e se surpreendeu com a duração do discurso, “longo, parecia os do Fidel’’. Para ela, Obama foi simpático ao arriscar algumas palavras em espanhol e ao citar José Martí, principal mártir da independência cubana.

— O presidente Obama falou que somos irmãos, e isso é verdade. Achei importante ele não ter ficado falando das diferenças, dizer para esquecermos o passado — acrescentou Yuriel, que considerou “carinhoso” Obama ter citado a “roupa velha”, prato típico do país.

Morando em cinco na pequena residência, elas concordaram quando o presidente disse que é preciso maior acesso à internet e que o fim do embargo não trará sozinho as oportunidades que os cubanos necessitam.

Pedro Pablo Oropeza, 88 anos

Aos 88 anos, Pedro Pablo Oropeza viu com satisfação o discurso de Obama no Gran Teatro de Havana. Ex-combatente da Revolução Cubana, gostou especialmente quando o presidente americano disse que é preciso esquecer o passado:

— Foi um discurso sem ódio. Temos que lembrar que não foram os cubanos que iniciaram as hostilidades. Nunca jogamos bombas em ninguém.

Personagem de Havana, Oropeza está à frente da Casa de Água La Tinajada, onde distribui bebida aos cubanos — estudantes fazem fila na sua porta.

O ex-combatente também destacou o fato de, durante a visita de Obama, Raúl Castro e o americano terem falado sobre o fim do embargo e a devolução de Guantánamo. E de Obama ter “mantido o discurso que garante a soberania do povo cubano”:

— Foi um reconhecimento da revolução.

Para ele, Cuba só melhorou desde a chegada de Fidel Castro ao poder.

Oropeza ainda conclamou o Brasil a seguir lutando, mas com uma mensagem de paz:

— A qualquer espaço o inimigo tenta se infiltrar, como um micróbio. Veja o que está acontecendo agora com Dilma e Lula no Brasil.


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