Rio Negro continua secando e atinge menor nível em 122 anos: 12,11 metros
Manaus – Nesta quarta-feira (9), o Rio Negro, na orla de Manaus, atingiu a profundidade de 12,11 metros, o menor nível registrado desde 1902, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB). A seca, que já é histórica, deve se agravar nas próximas semanas, conforme estimativas dos especialistas que monitoram as cheias e vazantes no Amazonas.
A situação do Rio Negro, um dos principais cursos d’água da bacia amazônica, já era crítica desde a última sexta-feira (4), quando o nível no Porto de Manaus caiu para 12,66 metros, o menor desde o início das medições, há 122 anos, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Esse novo recorde, alcançado quase um mês antes do previsto, reforça a gravidade da estiagem que vem impactando toda a região amazônica.
Além das implicações ambientais, a seca também afetou diretamente o deslocamento de mais de 120 mil eleitores no Amazonas durante as eleições municipais do último domingo (6). A navegação fluvial, principal meio de transporte para diversas comunidades ribeirinhas, foi drasticamente comprometida. Para garantir o acesso às urnas, 78 locais de votação precisaram contar com helicópteros para a distribuição das urnas eletrônicas. Essas áreas isoladas atendem 27.777 eleitores em 136 seções, incluindo 30 áreas indígenas que abrigam 12.890 votantes.
O impacto social e econômico da seca está cada vez mais evidente. O Rio Negro está baixando, em média, 19 centímetros por dia, e o cenário de 2024 já ultrapassou o ponto crítico de 2023. No ano passado, o nível de 12,70 metros foi registrado apenas em 27 de outubro. Este ano, no entanto, a estiagem se antecipou, evidenciando uma intensificação nas mudanças climáticas que afetam a região.