Rio Negro atinge 14,11 metros e se aproxima de seca histórica de 2023: “faltam apenas 141 centímetros”; veja vídeo
Manaus – A estiagem severa na região amazônica está cada vez mais perto de bater um recorde histórico. De acordo com o Porto de Manaus, nesta quarta-feira (25/9), o Rio Negro está marcando 14,11 metros, apenas 1,41 metros acima do nível mais baixo já registrado, que foi de 12,70 metros em 26 de outubro de 2023. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o nível do rio era de 17,06 metros, revelando uma queda acentuada de 2,95 metros em apenas um ano.
Atualmente, faltam apenas 0,52 metros para o Rio Negro atingir o nível da seca histórica de 2023, quando, em 16 de outubro daquele ano, o rio chegou a 13,59 metros, ultrapassando a anterior marca de 2010. Essa nova queda coloca Manaus em alerta máximo, com previsões preocupantes para os próximos dias.
Situação de emergência
Manaus já está em estado de emergência devido ao impacto direto da seca no Rio Negro. A praia da Ponta Negra, um dos principais pontos turísticos da cidade, foi interditada para banho devido ao baixo nível das águas. Uma nova faixa de praia se formou ao longo da orla, antes submersa pelo rio. Os bancos de areia, que surgem no meio do curso d’água, têm forçado as embarcações a se afastarem das margens, tornando o atracamento próximo à via pública cada vez mais difícil.
Previsões para 2024
Especialistas de órgãos ambientais alertam que a seca de 2024 pode ser tão severa quanto, ou até pior, que a do ano passado. O secretário adjunto da Defesa Civil do Amazonas, coronel Clóvis Araújo, destacou que a seca de 2023 atingiu seu pico na primeira quinzena de outubro, mas as previsões indicam que o ponto mais baixo deste ano pode ser atingido antes, antecipando os efeitos mais drásticos da estiagem.
“O cenário é alarmante. Estamos observando uma redução muito rápida no nível do rio, e há grande chance de que o ponto mais crítico chegue antes de outubro”, afirmou Araújo.
Queda acentuada no nível das águas
O Rio Negro já vinha apresentando uma queda significativa nos últimos meses. Em agosto, o rio desceu 5 metros, mas o ritmo de retração se intensificou em setembro. Somente nos primeiros 24 dias deste mês, as águas recuaram 5,24 metros, ultrapassando a vazante de agosto. Nas últimas 24 horas, a situação se agravou ainda mais, com uma redução de 19 centímetros no nível do rio.
Com a previsão de que o nível das águas continue caindo, a população do Amazonas enfrenta uma crise que afeta diretamente sua vida cotidiana, o transporte fluvial e o abastecimento de diversas áreas da região. O cenário de estiagem severa reforça a necessidade urgente de medidas emergenciais e de suporte às comunidades que dependem diretamente do Rio Negro para sua sobrevivência e transporte.