Após ser expulso da Fucapi, Aldous Raiol dá ‘calote’ em funcionários e fornecedores
Manaus – Após ser colocado para fora da administração da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi) por não cumprimento de cláusulas contratuais, o empresário Aldous Jesus Raiol Santana, da Azione Educação, aplicou um calote em seus funcionários e fornecedores.
A informação foi confirmada pela titular da 47ª Promotoria de Justiça Especializada em Fundações e Massas Falidas (PJFMF), promotora de Justiça Kátia Oliveira.
No dia 24 de abril deste ano, Aldous Santana fez uma apresentação no estilo da multinacional “Apple”, no Studio 5 Centro de Convenções, denominado de “Fucapi Day”, para “anunciar” diversos projetos para a nova Fucapi orçados em mais de R$ 100 milhões, oriundos de um investidor árabe que nunca apareceu em público.
Na ocasião, até a implantação de uma franquia internacional famosa de café, Starbucks, foi anunciada como sendo o “novo lanche” a ser implantado dentro da Fucapi. Dias depois, a franquia da marca no Brasil desmentiu o empresário.
A promotora de Justiça chegou a desconfiar da capacidade de pagamento de Aldous Santana e de sua empresa uma vez que a Azione tem um capital social de R$ 100 mil e o empresário acumula processos na Justiça do Amazonas por prática reincidente de calote.
De acordo ela, umas das cláusulas do contrato entre a Fucapi e a Azione previa que a empresa pagasse R$ 300 mil por mês ou 10% do superávit à fundação, mas isso nunca ocorreu.
Inadimplência
As negociações entre a Fucapi e a Azione Educação iniciaram em setembro do ano passado quando foi proposto pelos representantes da empresa um investimento de US$ 10 milhões na área educacional, o que foi aceito pelo conselho da Fundação.
Segundo o diretor da Fucapi, a empresa de Aldous Santana prometeu o primeiro aporte para novembro, em seguida para janeiro deste ano, depois para março, o que começou a gerar o imbróglio atual. Os aportes milionários prometidos por Aldous Santana nunca aconteceram.
No início de maio, a promotora informou que o MP-AM estava ampliando as investigações sobre a parceria com a criação de um grupo de trabalho, incluindo promotores de diversas áreas de atuação com a finalidade de investigar o caso na esfera criminal.
A investigação na área criminal se iniciou, segundo a titular da 47ª PJFMF, a partir do momento que a Azione passou a atuar ilegalmente em nome da Fucapi, fazendo contratos e recebendo recursos, com burla a bloqueio judicial, fraude à execução de dívidas trabalhistas, além de fortes indícios de estelionato.
A promotora afirmou na ocasião que a empresa de Aldous não podia receber dinheiro em nome da Fundação, sem amparo legal.
Fraude
O Ministério Público iniciou uma investigação sobre a Azione Educação desde quando a empresa passou a atuar ilegalmente em nome da Fucapi, fazendo contratos e inclusive recebendo recursos, com burla a bloqueio judicial, fraude à execução de dívidas trabalhistas, além de fortes indícios de estelionato.
Devedor contumaz
Conforme o site do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), por meio do Sistema de Automatização da Justiça, Aldous Santana tem outras empresas e responde a 8 execuções judiciais. Em nenhum desses processos, foi localizado qualquer bem a ser executado, segundo o Ministério Público.
Via Amazonas1
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