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Vice-líder do PT diz que gravação mostra interferência no impeachment

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BRASÍLIA – O vice-líder do PT, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), disse que a gravação de conversa entre o ministro e senador licenciado Romero Jucá (Planejamento) e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro mostram interferência clara na votação do processo de abertura do impeachment na Câmara e no Senado. Ele afirma que a conversa aponta que o impeachment foi usado como “moeda de troca” com promessa de barrar a Lava-Jato. O PT quer saber desde quando a Procuradoria Geral da República tem essa gravação e se informou pelo menos aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) o seu teor. Para o deputado, isso poderá até mesmo implicar na nulidade do processo de impeachment.

— As conversas revelam que houve que pode ter havido uso de chantagem para a obtenção do impeachment e,sem dúvida nenhuma, interferiram nas votações nas duas Casas. Foi usado como moeda de troca para a obtenção de votos na Câmara e no Senado oferecendo a parlamentares a proteção das investigações, não só da Lava-Jato, mas de outras, em troca de uma tese de que a mudança de governo poderia proporcionar um grande acordo político no país que tirasse do foco da sociedade o combate à corrupção — disse Pimenta, acrescentando:

— Desde quando essas gravações estão com a PGR? Se estiverem mesmo desde março, por que omitiram a informação que pode ter influenciado a votação do impeachment de Dilma ? Por que não informou pelo menos aos ministro do Supremo, que durante esse período votou inúmeras matérias? Pode ter havido prevaricação por parte da PGR se isso aconteceu. E levar a um processo de nulidade do processo (do impeachment)

Segundo o vice-líder do PT, a conversa deixa claro que houve tentativa de tráfico de influência de Jucá no STF, quando o ministro afirma que passado o impeachment seria construído uma mudança de conduta em relação à operação Lava-Jato. Para Pimenta, o teor das conversas divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo apontam que houve pressão até mesmo sobre parlamentares tucanos para apoiar o impeachment:

— Na conversa Machado cita a pressão para a compra de votos na eleição da Presidência da Câmara, quando foi eleito o Aécio (2001-2002). Eles agiram para sensibilizar o PSDB. Me parece claro uso de uma espécie de chantagem da importância do impeachment.


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