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Testes com ‘pílula do câncer’ apontam pouco efeito em células tumorais

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SÃO PAULO – Pesquisa divulgada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), feita com fosfoetanolamina, a chamada “pílula do câncer” e produzida pelo Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC-USP), indica que a substância não apresenta nenhuma atividade citotóxica nem antiproliferativa, ou seja, é incapaz de destruir células infectadas por vírus, bactérias ou outros parasitas.

De acordo com o laudo técnico, o objetivo dos testes era verificar o potencial antiproliferativo in vitro da fosfoetanolamina sintética (FS) e da fosfoetanolamina sintética nanoencapsulada (FSNE), em três tipos de células tumorais e dois de células não tumorais, além de verificar o potencial hemolítico destes compostos.

Relatório divulgado no site do MCTI, na última semana, explica que foi avaliada a atividade citotóxica e antiproliferativa dos principais compostos presentes nas análises químicas da amostra fosfoetanolamina produzida por Salvador Claro Neto, da USP de São Carlos, sobre células humanas de carcinoma de pâncreas e melanoma in vitro. Foram empregadas três diferentes metodologias para avaliar a possível ação antitumoral com cada uma dessas substâncias.

Os resultados descritos no relatório parcial demostram que somente a monoetanolamina apresentou atividade citotóxica e antiproliferativa, sendo contudo, várias ordens de magnitude menos potente que os antitumorais Cisplatina e Gencitabina, utilizados como controle positivo. Os dados observam ainda que tanto a fosfoetanolamina sintética como a fosfoetanolamina sintética nanoencapsulada somente apresentam atividade citotóxica em concentrações elevadas.

Ainda segundo o documento, dentre o total de 60 cápsulas provenientes do IQSC-USP e encaminhadas pelo MCTI, 16 foram abertas e pesadas. Elas continham entre 233 mg e 368 mg, sendo que a informação contida no rótulo era de fosfoetanolamina sintética 500mg. Relatório informou também que as cápsulas continham apenas 32,2% de fosfoetanolamina na composição.

O MCTI explica que os testes foram realizados entre novembro de 2015 e janeiro de 2016, após grande repercussão em cima da produção e distribuição da fosfoetanolamina para fins terapêuticos no tratamento do câncer. Foram nove reuniões, conta a pasta, com a participação de pesquisadores, órgãos de governo e parlamentares. O órgão afirma que foi mobilizado um grupo de pesquisadores no intuito de avaliar a segurança e eficácia da substância, por meio de análise química, pré-clínica e clínica, prevendo investimento de até R$ 10 milhões, liberados por meio do CNPq, para custear as etapas iniciais das pesquisas.


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