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Temer se reúne com Meirelles e equipe para analisar ‘pauta-bomba’ de Dilma

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BRASÍLIA – O vice-presidente Michel Temer se reúne na tarde desta segunda-feira com o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, cotado para ser ministro da Fazenda num eventual governo do peemedebista. Participarão ainda do encontro outros colaboradores diretos de Temer: o senador Romero Jucá (PMDB-RR), presidente nacional do partido; o ex-ministro Eliseu Padilha, cotado para a Casa Civil, e o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco. O encontro será às 16h, no Palácio do Jaburu. O vice, que estava no interior de São Paulo, volta a Brasília para analisar o que fazer diante do ‘pauta-bomba’ da presidente Dilma Rousseff e o impacto de novos gastos que ele poder herdar no futuro.

Temer e seus aliados já previam que a presidente Dilma usaria esses dias que antecedem à votação da abertura do processo do impeachment no Senado para lançar sua própria “pauta-bomba”, ou seja, pacote de gastos que deixaria a conta para o peemedebista, caso ela seja afastada. O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR), vinha alertando que Dilma tomaria medidas. Há preocupação com novas propostas da petista.

Apesar das reações e críticas ao comportamento da presidente Dilma, Temer deverá absorver a manobra da petista, ou seja, manter o reajuste do Bolsa Família, também cogitado por ele. A correção das faixas do Imposto de Renda não foi considerada um problema, mas a criação de uma nova faixa pode se transformar em “bode na sala” e vir a causar polêmica. Mas a proposta, como o GLOBO revelou, será apresentada por projeto de lei, e pode vir a sofrer alterações no Congresso ou mesmo nem sequer ser votada.

Segundo interlocutores, seria muito impopular rever a medida do Bolsa Família. A irritação é com a “esperteza” de Dilma, ao lançar isso.

A estratégia é usar o discurso de desgastar a presidente, mostrando que ela não apenas lançou novos gastos às vésperas de um eventual afastamento do cargo pelo Senado como os fez num momento em que ainda nem conseguiu rever a meta, com rombo previsto de R$ 96 bilhões. O governo precisa votar a mudança da meta fiscal até dia 22 de maio, sob o risco de paralisação das atividades da máquina pública.

Com o temor da “pauta-bomba”, o senador Romero Jucá queria que a votação da abertura do impeachment ocorresse já no dia 27 de abril. Mas o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), insistiu no prazo máximo de dez dias úteis na comissão especial do impeachment. Com isso, a votação em plenário será dia 11. Neste domingo, interlocutores de Temer diziam que Renan acabou “ajudando” Dilma ao conceder esse prazo a ela.


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