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Temer recebe Jarbas Vasconcelos e diz que não pedir cargos ‘é exceção’

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BRASÍLIA — O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) recebeu, na manhã desta quarta-feira, no Palácio do Jaburu, o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). O peemedebista se colocou à disposição do vice para ajudar num eventual novo governo. Ele contou que deixou claro que não foi ao encontro pedir cargos, e Temer respondeu “que ele era uma exceção”.

— Disse que eu chegava lá como uma pessoa com experiência para dizer que eu não estou atrás de cargos. Ele disse que o que eu estava fazendo ali era uma exceção — contou o deputado.

Inicialmente, o plano de Temer era enxugar o número de ministérios, mas, diante do apetite dos partidos por cargos e a necessidade de acomodar todos os aliados, o vice admitiu, em entrevista ao GLOBO, que cogita cortar “no máximo” três pastas. A ideia era reduzir as atuais 31 para cerca de 26. Na noite de terça-feira, ao fim de uma jornada que começara às sete da manhã, Temer admitia, resignado:

— Não sei se terei condições de diminuir. Veja o Ministério da Cultura. Minha ideia era fundi-lo com a Educação, mas o pessoal do setor reclamou muito. Acho que cortarei no máximo uns três ministérios.

Jarbas Vasconcelos reafirmou que, durante a conversa com Temer, ele reafirmou que não fará a redução dos ministérios:

— Entendi que ele não faria essa redução agora, para não cometer equívoco e fazer uma coisa só para tentar atender à expectativa da sociedade — disse o deputado, que criticou a situação do país e os últimos anúncios feitos pelo governo:

— O país está no fundo do poço, desmoralizado, o país está quebrado, não vai ter uma transição e o governo está fazendo aumentos extravagantes. Disse a ele que essa travessia será grande.

TIRAR CUNHA ‘PELA GOLA’

O deputado também confidenciou a Temer o seu desconforto com o fato de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), continuar presidindo a Casa. Ele disse esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) interfira para tirar Cunha do cargo “pela gola”, porque a Câmara “não vai fazer nunca”.

— Disse a ele que vivo na Câmara um desconforto muito grande, o Cunha é uma figura menor, que depõe contra a Câmara. Vamos ver se o Supremo faz o que a Câmara não quer fazer. O Supremo às vezes interfere desnecessariamente na Câmara, como fez em dezembro no processo de impeachment. Na hora de fazer, que tem que tirar ele pela gola, afastá-lo, não faz. Esperar que a Câmara faça? Não vai fazer nunca.


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