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Servidores fazem ‘higienização’ no gabinete do ministro da Transparência

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BRASÍLIA – Depois de fazerem uma “higienização” no gabinete do ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, servidores do órgão permanecem, nesta segunda-feira, na frente do prédio em protesto. Eles pedem a saída imediata de Silveira, que aparece em grampos telefônicos criticando a condução da Lava-Jato e orientando o presidente do Senado, Renan Calheiros, sobre a operação que investiga corrupção na Petrobras.

— A situação deste ministro é insustentável. Essas gravações mostram interferências indevidas. É uma postura completamente incompatível com o cargo de dirigente de um órgão de controle — afirma Fábio Felix, auditor da CGU e um dos organizadores do protesto.

Segundo Fábio, uma assembleia já havia sido marcada, para esta segunda-feira, para deliberar sobre a realização de uma greve como forma de protestar contra as mudanças no órgão. Mas a divulgação das gravações acirrou ainda mais os ânimos.

Os servidores querem a volta da Controladoria-Geral da União (CGU) como uma unidade ligada à Presidência da República. Para eles, ao transformar a CGU em Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle – batizada, de forma bem-humorada, pela sigla Tráfico pelos críticos – o presidente interino Michel Temer esvaziou o órgão.

— Ministérios são órgãos executivos de políticas públicas. A CGU precisa ter independência e estrutura compatível com sua missão — diz Fábio.

No início da manhã, um grupo se organizou na garagem do prédio para não deixar o ministro entrar nas dependências do órgão. O carro oficial chegou ao local, mas Silveira não estava no veículo. Pouco depois das 10h, o carro, de novo sem o ministro, voltou a passar em frente ao prédio, onde os servidores se reúnem. Há um carro de som no local.

Mais de 180 servidores já assinaram um documento entregando os cargos em comissão que ocupam até que Temer demita o novo ministro. Os manifestantes prometem uma marcha na parte da tarde na Esplanada para reforçar o protesto. Além do recuo na transformação do órgão em ministério e na nomeação de Silveira, eles querem a aprovação da PEC 45/2009, que está no Senado. Entre outros pontos, a proposta torna a CGU órgão de controle permanente, barrando mudanças como a que ocorreu.


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