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Senador petista pediu que Lula desafiasse Moro a prendê-lo

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SÃO PAULO — O senador Jorge Viana (PT-AC), em conversa com o advogado Roberto Teixeira, que representa o agora ministro Luiz Inácio Lula da Silva, sugeriu que o ex-presidente transformasse sua defesa numa “ação política”, classificando as investigações como um “confronto” com o juiz Sérgio Moro.

— Se o presidente Lula fizer isso ele vai virar, e vai deixar de ser uma ação jurídica para se tornar uma ação política. O presidente Lula precisa transformar esse confronto numa ação política. Eles estão se rebelando, só dizendo que não aceitam mais o Moro, que agora se ele mandar um ofício ele não vai, e dizer que ele está agindo fora da lei, chamar de bandido — disse o senador.

Viana sugeriu que Lula realizasse uma coletiva de imprensa para dizer que “não aceita mais que ele persiga a família dele porque ele está agindo fora da lei. Os promotores fulano e ciclano estão agindo fora da lei, os delegados fulano e ciclano, e quem age fora da lei é bandido, e que se ele quiser agora vim prendê-lo (sic), que venha, mas não venha prender minha mulher, prender meus netos, nem meus filhos”.

Para o senador, as autoridades — Justiça, Ministério Público e Polícia Federal — não teriam coragem de prender Lula por desacato, pois haveria comoção no país.

— E forçar a mão nele (o juiz Sérgio Moro) pra ver se ele tem coragem de prender por desacato a autoridade, porque aí, aí eles vão ter uma comoção no país, porque ele vai estar defendendo a família dele, a honra dele. É dizer: “Olha, eu estou defendendo a minha honra, você está agindo fora da lei, e quem age fora da lei é bandido. Me sequestraram”. Eu não sei, tinham que pensar em algo parecido com isso e dar uma coletiva. Provocar e dizer que não vai aceitar mais”, afirmou o senador, dizendo que essa seria, talvez, “a única oportunidade que o presidente tem de por fim à essa perseguição”.

O advogado Roberto Teixeira lembra que Lula falou que iria percorrer o Brasil e denunciar “o tempo todo”. O senador afirmou, no entanto, que não havia clima para isso.

— Não tem clima no interior do Brasil para ele vir, para ele andar. Ele tem que fazer uma ação ao vivo chamando coletivas. Isso é mais forte do que ele fazer comício. Gente, o clima está muito ruim contra nós. Não há uma comoção. Ele tem que botar a família dele, fazer a defesa”, disse o senador.

O senador Jorge Viana divulgou nota em resposta. Nela, afirma que tomou a atitude inspirado na manifestação do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, que declarou que a condução coercitiva do presidente Lula era um ato arbitrário e que desrespeitava os princípios estabelecidos na Constituição.

— A conversa do senador com o advogado foi tão somente no sentido de passar sua opinião sobre o ato arbitrário que chocou o país praticado contra o ex-presidente, e também de passar a opinião de que o ex-presidente Lula e a sua família estavam sendo vítimas de uma verdadeira perseguição — disse.

Jorge Viana também pediu para Roberto Teixeira uma atitude do ex-presidente em relação ao delegado da Polícia Federal Maurício Moscardi. O delegado também esteve envolvido em uma investigação no Acre, estado natal de Jorge Viana.

— Esse Moscardi veio aqui no Acre e fez uma operação contra o PT. Nós denunciamos para o José Eduardo Cardoso. Entramos com uma representação há seis anos contra esse delegado que pegou o presidente hoje. Ele é um inimigo do PT — disse o senador.

(*Estagiário, sob supervisão de Flávio Freire)


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