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Rui Falcão defende João Santana e diz que ‘PT não tem marqueteiro’

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BRASÍLIA E SÃO PAULO – Após apresentar o programa de TV do partido, que vai ao ar amanhã, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, defendeu nesta segunda-feira que se provem as acusações feitas ao publicitário João Santana, marqueteiro de campanhas de Lula e da presidente Dilma Rousseff e alvo da 23ª fase da Operação Lava-Jato. Falcão disse que as denúncias não afetam o PT e que a legenda “não tem marqueteiro”, apenas contrata pessoas para produzirem seus programas partidários.

— Não diz nada com relação ao PT. Quem acusa tem que provar, continuo defendendo que as pessoas são inocentes até que se prove o contrário — afirmou o presidente do PT, acrescentando: — O PT não tem marqueteiro, contrata as pessoas para fazerem programas.

Rui Falcão citou o PSDB, dizendo que as doações de campanha feitas à legenda foram legais e apresentadas à Justiça Eleitoral e que as transações foram “muito semelhantes” às realizadas pelos tucanos.

— Todas as nossas doações de campanha são feitas legalmente através de transações bancárias, e a Justiça Eleitoral recebeu todas. E as transações foram muito semelhantes, em valor e em doadores, às campanhas do PSDB.

O presidente estadual do PT, Emídio de Souza, criticou o juiz Sérgio Moro, a quem chamou de “espetaculoso”, e cobrou investigações sobre a denúncia de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso enviou dinheiro para a jornalista Mirian Dutra por meio de uma empresa no exterior.

— O juiz não chama a pessoa para prestar esclarecimentos e manda prender. É espetaculoso. As partes são acusadas e não têm acesso a nada. O João Santana se dispôs a ir depor e diz que tem explicações para dar — afirmou Emídio.

O petista disse ainda que há um foco político nas investigações da Lava-Jato, ao dizer que o “PSDB não aceita o fim das eleições”. Ao ser questionado se estava sugerindo uma relação entre os tucanos e o juiz Moro, respondeu que não acusa “sem provas”.

— O que queremos é que haja, com o PSDB, a mesma investigação que há contra a gente, do PT. FH faz remessa de dinheiro para o exterior: que isso seja investigado.

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O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), disse também criticou a desigualdade no empenho das investigações contra o PT e o PSDB. Para ele, agentes públicos estão agindo de forma parcial para tentar encontrar provas que incriminem a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem o mesmo empenho quando se trata de indícios contra políticos do PSDB. Indagado sobre quem seriam os agentes, o líder petista disse não se lembrar o nome de todos, mas incluiu entre eles o juiz Sérgio Moro. Para ele, há um “esforço desmedido e ilegal” de alguns agentes públicos para atingir a presidente Dilma e o ex-presidente Lula.

De acordo com Florence, a nova fase da Lava-Jato deflagrada nesta segunda-feira “coincidentemente” abafa investigações sobre o repasse de recursos por uma empresa ao exterior para a jornalista e ex-amante do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele também faz referência ao arquivamento de denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pelo Supremo Tribunal Federal na semana passada, e as investigações só vieram à tona quando o processo foi arquivado. Florence afirma que todas as denúncias, indícios, provas devem ser investigados, mas não de forma seletiva.

— Certamente, instituições de Estado devem investigar, mas tem gente vestindo a camisa do PSDB, quando passou em um concurso para agir em nome do Estado e está agindo em nome de interesses políticos específicos. O noticiário dessa semana poderia ser de uma parente de FHC que diz que recebeu de empresa do exterior, mas se produz um noticiário que abafa. Aqui se acoberta o PSDB e se produz um ambiente de condenação-prévia sem nenhuma prova ao PT — disse Afonso Florence, acrescentando:

— Evidente que há um esforço desmedido e ilegal de agentes públicos para atingir o mandato da presidenta Dilma, a imagem pública do presidente Lula. No caso de Lula, não há nada além de busca malograda de pista.

(*) estagiário sob supervisão de Isabel Braga


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