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Rolls-Royce mostra o 103EX: Jarbas está para perder o emprego

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RIO – A Rolls-Royce revelou, na quinta-feira passada, o carro-conceito 103EX em um evento para seus clientes, em Londres. Essa excentricidade futurista é parte do projeto “Vision Next 100”, que comemora o centenário da BMW (dona da R-R desde 2003) criando protótipos para todas as marcas do grupo.

Descrito como “o primeiro conceito puramente visionário” da marca inglesa, o 103EX mede gigantescos 5,9 metros de comprimento e 1,9 metro de altura. É um monstro ainda maior do que o atual sedã Ghost Series II, que tem 5,4m de para-choque a para-choque.

Concebido para as estradas do futuro, o 103EX não abandona seu DNA: tem capô longo e uma enorme grade cromada. O escudo R-R, aliás, volta a ser vermelho como foi até 1933.

No mais, o carro é puro delírio. A capota é de vidro e tem caimento de modelos esportivos, com uma certa inspiração nas carrocerias boat tail da década de 30. Para permitir que madame e seu consorte entrem sem esforço nessa carruagem elétrica, a porta é do tipo suicida e o teto se abre para o lado.

Os aros de 28 polegadas (!) são parcialmente encobertos por saias móveis. Logo atrás da roda dianteira direita, aliás, nota-se uma reentrância — ali existe um “compartimento secreto”, espécie de grande gaveta para que os lacaios guardem as malas de madame e milorde.

A má notícia é que, após décadas de serviços prestados, o chofer Jarbas será dispensado de suas funções. Equipado com tecnologia de condução autônoma, o 103EX não tem volante, pedais ou qualquer tipo de comando que não seja a programação, por voz, de um sistema de GPS.

A cabine é o que a Rolls-Royce chama de “grande santuário para pensar em completa tranquilidade”. É uma especie de vagão de primeira classe, com forrações em madeira de alta qualidade e o carpete fofo como um urso de pelúcia. O único banco é, na verdade, um sofá para apenas dois ocupantes. “Tudo poderá ser personalizado ao gosto do cliente. Os 103EX são tão individuais e exclusivos quanto uma impressão digital”, afirma o comunicado da fábrica de Goodwood.

Com uma enorme tela, o sistema de entretenimento ocupa o painel de ponta a ponta, dominando o ambiente. É ali que uma central multimídia exibe, entre outras funções, a imagem de um avatar batizado de Eleanor — referência a Eleanor Thorton (1880–1915), que era secretária do Lorde Montagu e serviu de modelo para que o escultor Charles Sykes criasse a estatueta “Spirit of Ecstasy”, adorno dos radiadores dos Rolls-Royce desde então.

Agora, Eleanor é um programa de inteligência artificial a quem se pode dar ordens, sugerir destinos e pedir que providencie reservas em restaurantes ou hotéis. A substituta de Jarbas também está disponível para bater papo, sem desviar a atenção ao trânsito.

Falando nisso, ainda existe uma estatueta do Espírito do Êxtase sobre o falso radiador. Agora, ela é de vidro e se acende quando os donos se aproximam do veículo. A grade também é iluminada e, na soleira da porta, há uma luz que serve como tapete vermelho para os ultra-ricos passageiros do veículo.

Não há informações técnicas, uma vez que o 103EX é apenas de um exercício de estilo sem perspectivas de ser fabricado em série. O que se sabe é que a estrutura do carro é uma espécie de plataforma autossuficiente, que abriga motores elétricos (“com a força de um V12 a gasolina”), bateria e os conjuntos da suspensão. Que o fiel Jarbas tenha sucesso em seus novos desafios.


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