Raúl Castro cita Brasil e defende ações contra ‘reacionários’
RIO — O ditador cubano Raúl Castro disse neste sábado, durante o Congresso do Partido Comunista, em Havana, que o Brasil e outros países da América Latina enfrentam uma contraofensiva de grupos que querem tirar os “progressistas” do poder. Segundo Castro, essas forças “reacionárias” não descartam táticas golpistas que visam a destabilização da esquerda na região. Para ele, é preciso enfrentar a situação com ações revolucionárias para deter o “retorno do neoliberalismo”.
— Essa força reacionária utiliza métodos próprios da doutrina de guerra não convencional, especialmente no terreno da comunicação e da cultura, e não descarta ações desestabilizadores e golpistas. Esta política está dirigida principalmente à República Bolivariana da Venezuela e tem se intensificado nos últimos meses na Bolívia, Equador, Brasil, assim como na Nicarágua e El Salvador.
Raúl Castro defendeu o legado de Hugo Chávez na Venezuela, o governo de Nicolás Maduro e atribuiu o desgaste dos governos da região à crise econômica.
— A América Latina e o Caribe se encontram sob os efeitos de uma contraofensiva imperialista e oligárquica contra os governos revolucionários e progressistas. Em um contexto marcado pela desaceleração da economia, há impactos negativos nas políticas de desenvolvimento e inclusão social alcançadas pelas forças populares.
Para Castro, a esquerda precisa de unidade para combater o neoliberalismo.
— Esses reveses de governos de esquerda no hemisfério são utilizados para anunciar o fim de um ciclo histórico progressista, abrir espaço para o retorno ao neoliberalismo e desmoralizar as forças e partidos políticos, movimentos sociais e classes trabalhadoras. Devemos enfrentar (os grupos contrários) com mais unidade e maior articulação das ações revolucionárias.