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Quatro de cinco deputados do PR discursam a favor do impeachment

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BRASÍLIA – O Partido da República (PR), um dos últimos partidos da base que ainda estão oficialmente ao lado da presidente Dilma Rousseff, escolheu quatro deputados a favor do impeachment para discursar em plenário na hora destinada à legenda neste primeiro dia de debates na Câmara. Apenas o líder do partido na Casa, Aelton Freitas (MG), fez um discurso em defesa de Dilma.

Freitas assumiu a liderança depois da debandada de Maurício Quintella Lessa (AL), que deixou o posto para votar a favor da deposição da presidente. Quintella defendeu sua posição em plenário.

Depois de discursar em plenário contra o impeachment, o líder deixou o plenário em direção ao Palácio do Planalto.

— Me chamaram, vou ver o que querem. Temos 17 votos contra o impeachment e 23 a favor — disse Freitas.

Os outros três deputados que discursaram – Cabo Sabino (CE), Bilac Pinto (MG) e Laerte Bessa (DF) – atacaram Dilma. Bessa chegou a chamá-la de “bandida” em seu discurso.

O ex-deputado Valdemar Costa Neto, que cumpriu pena de prisão no mensalão, controla o PR. O partido vem prometendo ao Palácio do Planalto pelo menos 17 votos, dentre os 39 deputados do partido, contra o impeachment. A legenda controla o Ministério dos Transportes, cujo titular é Antonio Carlos Rodrigues.

Quintella foi o primeiro a discursar em plenário:

— Renunciei à liderança do meu partido e anunciei que sairia do governo Dilma Rousseff. Fiz tudo isso para votar de acordo com o meu convencimento. Fiz as pazes com o meu travesseiro. Travesseiro é o melhor amigo da consciência do homem.

O ex-líder do PR disse estar convencido de que Dilma cometeu crime de responsabilidade com a edição dos decretos suplementares que autorizaram gastos novos e com as “pedaladas” fiscais.

— m A consequência desses crimes foi a perda de credibilidade do governo. Fomos rebaixados, perdemos o selo de bom pagador, com prejuízo imenso à nossa credibilidade, descontrole da inflação, queda do PIB — afirmou.

Cabo Sabino falou em “compra de votos” e “roubalheira” por parte do PT.

— Aqueles que estão indecisos, eu quero chamar sua atenção. Votar a favor da presidente Dilma é ser avalista de um cliente falido. Essa fatura será cobrada, em outubro de 2018. Seu credor é o eleitor, e não tem como ser pago. Não perca seu voto, não vote à toa. Vote sim ao impeachment — afirmou o deputado.

Bessa disse que 75% do partido vai votar a favor do impeachment de uma presidente “bandida”, segundo ele. O parlamentar elogiou o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ):

— Estão dizendo que ela é uma santa, e ela simplesmente é uma desonesta. Aplicou o estelionato eleitoral. Barganhou a venda da usina de Pasadena. Já Michel Temer é uma pessoa de bem, honesta, e jamais ouvi falar alguma coisa que o desabonasse. Temos um homem limpo para comandar o país. E Cunha deu independência para a Casa. Não estamos aqui para discutir o dinheiro na Suíça. Isso é lá no STF.

Coube ao líder do partido defender Dilma e a recusa do impeachment.

— O que discutimos é a qualidade e o futuro da jovem democracia brasileira. A Casa tem a responsabilidade com a honestidade de princípios, com o estado democrático de direito. A classe dirigente da democracia não tem o direito de ensurdecer, como acontece em regimes totalitários — disse Freitas.


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