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Propina da Andrade para PT envolveu até siderúrgica na Venezuela

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RIO — O ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, disse nesta sexta-feira que a propina paga pela empresa ao PT incluiu até uma siderúrgica na Venezuela. Segundo ele, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto cobrou 1% do valor correspondente à participação brasileira no projeto, liderado pela Andrade. O investimento total na usina foi de US$ 1,8 bilhão, em valores de 2008, quando a construtora ganhou o contrato.

Azevedo prestou depoimento nesta sexta-feira na 7ª Vara Criminal Federal do Rio, onde corre ação contra a Andrade Gutierrez por acusação de pagamento de propina à Eletronuclear. Embora o tema da audiência fosse a Eletronuclear, Azevedo deu um panorama de como era a prática de pagamento de propina pela empresa.

Segundo o executivo, a prática era a cobrança pelo PT de 1% do valor dos contratos ganhos pela Andrade. No caso da siderúrgica da Venezuela, o executivo contou que a Andrade disputava o empreendimento com empresas italianas e que venceu a disputa após ajuda do ex-presidente Lula.

— Estávamos disputando essa obra com a Itália. A Andrade conversou com o Lula, que pediu diretamente ao Chávez (ex-presidente da Venezuela) para que olhasse para o Brasil. Foi o que aconteceu. Mas não houve pedido do Lula (de propina) — disse Azevedo.

A cobrança de propina foi feita “muito tempo depois” por Vaccari, segundo ele, porque haveria financiamento do BNDES. O governo venezuelano também participou como sócio.

Quanto ao pagamento de propina a Eletronucelar, Azevedo diz que soube da denúncia quando estava preso. Ele foi preso em 2015 por envolvimento em esquema de propina na Petrobras.


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