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Programa do PT vai ao ar sem fala de Dilma e com defesa de Lula

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BRASÍLIA – Em programa de televisão do PT que vai ao ar nesta terça-feira, o partido fará uma defesa contundente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o que chamaram de “preconceituosos” que querem “manchar sua história”. A presidente Dilma Rousseff (PT) não gravou para a peça publicitária, com duração de dez minutos. Segundo o presidente do partido, Rui Falcão, ela foi convidada, mas disse que estava “com a agenda cheia”.

Enquanto o locutor diz que os adversários do partido nunca aceitaram as “ideias e origens” de Lula, o vídeo mostra imagens do ex-presidente sendo abraçado e beijado por eleitores e ao lado de figuras como o líder sul-africano Nelson Mandela. O vídeo exibe ainda recortes de jornais com as denúncias ligadas a Lula nas reformas de um tríplex no Guarujá (SP) e do sítio em Atibaia (SP).

“Os que hoje tentam manchar sua história, Lula, são os mesmos de ontem, ospreconceituosos que nunca aceitaram suas ideias e origens. Mas não vão conseguir. As ofensas, as acusações, a privacidade invadida. Tudo isso passa, Lula. A luta é antiga, e nós vamos vencer novamente. Porque você permanece sendo a voz de um país pobre que se fez forte, que se fez novo. Isso é o que importa, isso é o que fica. No coração do nosso povo, você tem respeito, amor e morada definitiva”, narra o locutor.

Logo antes, a mesma voz afirma que, após “tentarem anular o resultado das eleições”, a oposição e seus adversários instalaram uma comissão do impeachment “na marra”.

“Já tentaram anular o resultado das eleições, não conseguiram. Aí, pediram para recontar os votos, quiseram ganhar no tapetão, mas não deu certo. Quiseram então instalar uma comissão de impeachment na marra, mas tiveram que mudar o plano. Agora, atacam e caluniam o presidente Lula. Desrespeitam todas as regras para chegar ao poder a qualquer custo”.

O ex-presidente Lula entra em seguida, elencando os feitos do PT no poder. Segundo ele, é o legado petista que “incomoda essa gente que não gosta de dividir a poltrona dos aviões” com os mais pobres. Lula diz ainda que “virou moda” falar mal do Brasil e que quem fala em crise “todo santo dia” quer “minar a confiança do Brasil”.

“De um tempo para cá, parece que virou moda falar mal do Brasil. Esse país não é qualquer um não, gente. As pessoas que falam em crise, crise, crise, repetem isso todo santo dia, ficam minando a confiança no Brasil”, afirma o ex-presidente durante o programa, citando os feitos positivos do partido no poder.

“Esse é o resultado dos governos do PT no comando do Brasil, e é isso no fundo que incomoda essa gente que não gosta de dividir a poltrona dos aviões com o nosso povo. É verdade que erramos, mas acertamos muito mais e podemos melhorar muito mais ainda. Temos tudo para voltar a crescer e seguir no caminho do desenvolvimento, para ser, cada vez mais, o Brasil de todos os brasileiros”, conclui Lula.

Os apresentadores da peça do PT começam o programa pedindo união para o país atravessar a crise. Eles lembram que “crise é uma fase” e que essa não é a primeiro momento difícil que o país enfrenta. Eles citam a quebra da bolsa de valores dos Estados Unidos, em 1929, e a crise global de 2008. Esta última, segundo eles, “ainda não foi superada”.

“A hora não é de defender as bandeiras que nos separam, é de unir forças para fortalecer o Brasil”.

“Por que tanto ódio e intolerância contra um partido no momento em que o país precisa de união?”, questiona o vídeo:

“Crise é uma fase. Essa não é a primeira crise, nem a segunda. Ninguém pode correr da fumaça, é arranjar um jeito de apagar o fogo”, afirmam.

O presidente do PT, Rui Falcão, reforça o coro e diz que as dificuldades são passageiras.

“Estamos trabalhando para o Brasil voltar a crescer, sem recuar nos direitos, renda e nos salários dos trabalhadores”, fala o petista, admitindo que uma decisão de cunho econômico não é acertada se “deixa para trás as pessoas”:

“Para nós, nenhuma medida econômica pode ser boa se deixar para trás as pessoas. País mais forte é um país mais justo”.

A inserção também traz comparações com os governos do PSDB:

“Em governos passados, o Brasil quebrou três vezes, teve que pedir dinheiro emprestado ao FMI . Hoje, a situação é bem diferente, temos hoje um povo mais consciente, mais organizado e muito mais forte”.

A peça foi produzida pelo marqueteiro Edinho Barbosa, mesmo publicitário que cuidou da campanha do ex-presidenciável e ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente de avião em 2014. Ele já trabalhou para o PT em outras ocasiões.


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