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PR vai fechar questão sobre impeachment antes da decisão da comissão especial

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BRASÍLIA – O líder do PR na Câmara, Maurício Quintella Lessa (AL), disse nesta quarta-feira que o partido irá fechar questão sobre o posicionamento da bancada em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff antes da votação na Comissão do Impeachment. Segundo Quintella Lessa, o partido decidiu aguardar que a apresentação da defesa da presidente Dilma Rousseff e o mérito do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) para se reunir e decidir sobre o posicionamento da bancada.

— A posição do partido é esperar o fim do processo para se posicionar. O PR faz parte do governo hoje e, ouvida a defesa e apresentado o relatório, vamos nos reunir e fechar questão sobre o processo. Não é justo um partido que tem aliança há 14 anos não ouvir pelo menos a defesa da presidente. É claro que o impeachment tem um componente emocional, as bases influenciam, o parlamentar é um representante do povo e o eleitor cobra muito — disse Quintella Lessa.

Ontem Lessa se reuniu com dirigentes do PR para discutir sobre o posicionamento em relação ao impeachment e a pressão forte de parte da bancada favorável ao impedimento. De noite, em jantar com a bancada, decidiram que a questão será decidida em reunião após a apresentação do relatório na Comissão do Impeachment. Há pressão forte de parte da bancada para votar pelo impeachment, mas a cúpula do PR resiste.

O líder admitiu que a bancada, neste momento, está rachada, com parte favorável ao impeachment e parte que entende que não há crime de responsabilidade da presidente Dilma. Segundo Quintella Lessa, a tendência é o partido fechar questão, mas mesmo assim é difícil garantir o voto unânime de todos da bancada:

— O PR está bastante dividido. Muitos deputados vieram para a legenda de outros partidos e são a favor do impeachment. Outros defendem a permanência o governo porque entendem que não há crime de responsabilidade. Vamos fechar questão, mas é difícil ter unanimidade. Esse é um processo político, emocional. Há cobrança das bases. É um processo difícil para o Parlamento.

MINISTÉRIOS EM NEGOCIAÇÃO

Quintella Lessa não quis responder se o PR aceitaria mais um ministério, além dos Transportes que já comanda. O líder disse que o PR não tratou com o governo sobre ampliar o número de ministérios da legenda. Segundo ele, o momento agora é de analisar o processo de impeachment. Indagado se achava legítima a ação do governo para atrair aliados com a oferta de cargos, o líder do PR disse que sim, porque para governar é preciso fazer alianças. Quintella Lessa disse que assim como o atual governo tentar fazer um recomposição de governo depois do desembarque do PMDB, também há movimentações por parte do PMDB para a composição de um eventual governo Temer.

— Não é o momento para se tratar de cargos. O momento é para é se analisar o processo: cometeu o crime de responsabilidade a presidente da República? É sobre isso que todos têm que se debruçar. Legítimo é, porque onde existe democracia e Parlamento só se governa com alianças. (Isso vale) não só para esse governo, já que vagaram seis ou sete ministérios e como também para aqueles que defendem um novo governo. Não tenha dúvida que isso está sendo tratado do outro lado — disse o líder do PR.

Indagado sobre como está sendo feita a abordagem, Quintella Lessa disse que conversar para recomposição ou de composição de governo.

— Hoje o PR faz parte do atual governo e só tomará uma posição de Executiva sobre o impeachment depois do relatório da comissão especial.


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