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PM invade escola ocupada em SP; alunos anunciam que vão resistir

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SÃO PAULO – A Polícia Militar invadiu, na manhã desta segunda-feira, o Centro Paula Souza (CPS), na região da Luz, no Centro de São Paulo. Alunos ocupam o local desde a tarde da última quinta-feira e prometeram resistir até que a reivindicação deles, por merenda escolar de qualidade, seja atendida. Os alunos também protestam contra a máfia da merenda escolar e os cortes nos repasses para a educação. A Justiça de São Paulo determinou a reintegração de posse do local. A PM afirmou ter tentado o diálogo com os alunos, mas por volta das 11h, a tropa de choque entrou na escola pela porta de trás. Assim que os policiais entraram, alunos puxaram gritos como “sem violência” e “ocupar e resistir”. O clima no local é tenso. O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, também esteve na escola esta manhã.

Antes da PM entrar, o tenente-coronel Cangerana, da PM, havia dito que “permanece a tentativa de diálogo e que não foi planejada uma reintegração de posse”. Ainda não houve visita do Oficial de Justiça no local para entregar o mandado que determina a saída dos jovens.

Em assembleia realizada esta manhã, os estudantes prometeram manter a ocupação até que tenham não apenas lanche, mas também almoço na unidade. Funcionários do Centro Paula Souza foram impedidos pelos alunos de entrar para trabalhar no local. O CPS é uma autarquia do governo estadual, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI). O prédio ocupado reúne a administração central do Centro Paula Souza, a Etec (escola técnica) Santa Ifigênia e o Centro de Capacitação.

Os funcionários do prédio estão do lado de fora do CPS. Os terceirizados reclamam que, se não conseguem entrar, recebem desconto no salário porque o dia é considerado pela empresa um período não trabalhado. Havia uma expectativa de que equipes da área administrativa pudessem ter acesso, mas os estudantes decidiram não autorizar. A superintendente do CPS, Laura Laganá, esteve no local e pediu aos funcionários que permaneçam na porta do prédio.

Além do Centro Paula Souza, a Escola Estadual Fernão Dias, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, também está ocupada. A escola foi uma das primeiras a ser ocupada durante um protesto de estudantes contra a reorganização escolar proposto pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), entre novembro e dezembro de 2015 e janeiro de 2016. Estudantes que ocuparam a Fernão Dias dizem que a Secretaria da Educação descumpriu ordem da Justiça de suspensão da reorganização escolar em 2015 e fechou salas de aula em algumas escolas.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação repudiou a ocupação das duas escolas e disse que o ato representa um desrespeito ao bom senso e prejudica estudantes, professores e funcionários. O texto ainda informa que 95% das Etecs e 100% das escolas estaduais oferecem alimentação de graça. A Secretaria afirma também que não há qualquer processo de reorganização sendo executado e que nenhuma escola foi fechada e desativada.

O CPS disse, em nota divulgada na sexta-feira, que todas as Etecs de São Paulo vão oferecer merenda aos alunos a partir desta semana.


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