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Planalto reage mal a denúncia do Ministério Público contra Lula

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BRASÍLIA — A denúncia contra o ex-presidente Lula foi mal recebida pelo Palácio do Planalto. A denúncia aumentou a chance de o ex-presidente aceitar o cargo de ministro no governo Dilma. A avaliação no Planalto é que a denúncia “foi muito política”, principalmente por ocorrer a quatro dias dos protestos marcados para domingo. A ação do MP paulista pode ajudar na argumentação de que o petista é alvo de uma perseguição política, já que Lula nem ouvido foi e que já existe um procedimento do Ministério Público Federal em Curitiba (PR) em curso sobre o mesmo caso. No governo, é dado como certo que Lula vai dizer “sim”.

Apesar de dizerem que já esperavam uma ação do tipo por parte do promotor Cássio Conserino, que é acusado por petistas de “perseguir” Lula, o governo avaliou como “inconsistente” a denúncia apresentada.

— Eles tentaram ouvir Lula como testemunha e não conseguiram porque o depoimento foi cancelado. Aí, apresentaram a denúncia sem sequer ouvir o ex-presidente. Isto é muito ruim —afirmou um auxiliar do Palácio do Planalto.

Na noite de quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff reuniu no Planalto seus ministros mais próximos, Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e José Eduardo Cardozo (AGU), para analisar a situação de Lula e também a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a suspensão da nomeação de Wellington César do Ministério da Justiça.

O governo quer que Lula assuma um ministério para passar a ter foro privilegiado e escapar da Justiça comum, além de ajudar o governo a sair da crise política e econômica. A denúncia contra Lula deve aumentar a pressão para que o ex-presidente, que está indeciso, aceite a proposta.

O Ministério Público de São Paulo apresentou uma denúncia contra o ex-presidente Lula por crime de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica por causa da suposta aquisição do triplex 164-A, do Condomínio Solaris, no Guarujá.

A acusação, com 192 páginas, foi protocolada na noite desta quarta-feira no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Os promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Araújo sustentam que Lula tentou ocultar a propriedade do imóvel, que oficialmente está registrado em nome da empreiteira OAS. O ex-presidente nega ter adquirido o apartamento.


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