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Petistas chamam de ‘irresponsável’ promotor que pediu prisão de Lula

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BRASÍLIA – O pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula foi fortemente criticado por deputados petistas, que chamaram os promotores de “irresponsáveis” e com motivações “claramente ideológicas e políticas”.

Para o deputado Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio e um dos maiores defensores de Lula na Câmara, o pedido é inepto e há uma disputa entre Cássio Conserino, de São Paulo, e o juiz Sérgio Moro, de Curitiba “pelos holofotes”.

— É um irresponsável, um pedido inepto, tenho convicção de que não vai ser levado em consideração pelo juiz. A motivação política é evidente, existe uma disputa entre esse rapaz e o de Curitiba, uma disputa pelos holofotes — criticou Damous.

Já o vice-líder do governo na Câmara, Paulo Pimenta (PT-RS), atentou para o que chamou de “grave risco de quebra institucional”. Ele afirmou que Conserino “envergonha o Ministério Público”.

— Esse promotor envergonha o Ministério Público, ele anunciou pela “Veja” antes de sequer ouvir a defesa (de Lula), uma denúncia baseada em suposições, sem provas. Uma postura que revela perda absoluta de isenção, de qualquer liturgia republicana por parte de integrantes do MP — disse Pimenta, atentando para o tempo da denúncia, a poucos dias dos atos de domingo contra o governo da presidente Dilma Rousseff:

— Isso revela uma grave risco de quebra institucional, quando uma instituição como o Ministério Público passa a ter entre seus integrantes pessoas que agem por motivações ideológicas e políticas, que promovem perseguição e levam o país para um clima de conflito. E fazem isso às vésperas das manifestações, claramente com intenção de integrar o movimento golpista. Mas podem ficar conscientes que vamos reagir a qualquer tentativa de golpe, seja ele promovido pela oposição ou pelo MP — completou.

O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), afirmou que o procurador que pediu a prisão preventiva de Lula quer “tocar fogo no país”. Rocha disse que o pedido é uma provocação ao PT.

— Não vamos cair numa provocação barata de um procurador que quer tocar fogo no país — disse Rocha.

Ele afirmou que há uma “perseguição política” de setores do Ministério Público ao partido. Rocha reiterou que a orientação do PT é para que os atos em defesa de Lula e do mandato da presidente Dilma Rouseff sejam mantidos para os dias 18 e 31 de março. Ele pediu ainda serenidade à juíza que decidirá sobre o pedido de prisão, mas ressaltou que Lula deverá se apresentar na hipótese de ele ser deferido.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) também fez ataques ao procurador, que já tinha anunciado denúncia contra o ex-presidente.

— É mais um absurdo. Esse promotor é um irresponsável. Ele já tinha feito aquela palhaçada de antes de escutar o presidente anunciar na revista Veja que ia denunciar. Acho uma tremenda irresponsabilidade desse promotor. Ele tá querendo aparecer — disse Lindbergh.

Os promotores negaram nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, que o oferecimento de denúncia contra o ex-presidente Lula tenha motivação política. O ex-presidente foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Caso haja condenação, as penas para os dois crimes somadas variam de 4 a 13 anos de prisão.


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