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Permanência de Silveira divide governo e passa por Renan Calheiros

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BRASÍLIA — A permanência de Fabiano Silveira no comando do Ministério da Transparência divide o governo Temer e envolve o aval do presidente do Senado, Renan Calheiros, a quem o ministro é ligado.

— Não pode ser uma decisão unilateral. Tem que conversar com Renan — disse um auxiliar de Temer.

Renan se reuniu com o presidente interino na tarde desta segunda-feira. O discurso adotado pelo governo é o de que não houve nada grave na fala de Silveira em relação à Lava-Jato, mas uma opinião de um advogado, sem relação alguma ainda com o governo.

No entanto, aliados de Temer admitem reservadamente que existe um receio de retaliação por parte de Renan, pelo histórico do presidente do Senado.

No ano passado, quando a então presidente Dilma Rousseff decidiu demitir Vinícius Lages do Ministério do Turismo, que é apadrinhado de Renan, sem avisá-lo, o senador respondeu à petista devolvendo uma medida provisória que acabava com desonerações a empresas, algo sem precedentes no Congresso.

Há entre integrantes do governo a expectativa de que Silveira opte pela demissão por não suportar a pressão pública.

Segundo relatos, o ministro se mostrou abalado na conversa com Temer, na noite de domingo, quando assistiram juntos às gravações divulgadas pelo Fantástico.

Temer afirmou a Silveira, segundo seus auxiliares, que sua permanência depende dele.

— Não vejo nada de grave no que você disse, mas você tem que avaliar se sentir que está com desgaste pessoal e familiar muito grande — disse o presidente interino a Silveira nesta conversa.

Mesmo com o discurso de que não houve nada comprometedor em sua fala, interlocutores do Planalto reconhecem que a pressão política pela queda do ministro pode tornar sua permanência insustentável.

Interlocutores de Temer avaliam que é ruim a simbologia de manter Silveira numa pasta tão emblemática no combate à corrupção, mas dizem que o presidente não pode sair demitindo ministros para não criar precedente.

— Se o governo for demitir todo mundo que falou algo mal-recebido, não vai sobrar ninguém. A decisão não está tomada, não foi batido o martelo — afirmou um auxiliar.


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