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Peemedebistas representam pela expulsão do novo ministro da Aviação

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BRASÍLIA – No momento em que o novo ministro da Secretaria de Aviação Civil, Mauro Lopes, tomava posse no cargo em cerimônia na manhã desta quinta-feira no Palácio do Planalto, presidentes do PMDB em oito estados, além de cerca de 20 deputados do partido protocolaram representação pedindo a expulsão de Lopes da sigla. A alegação é de que o novo ministro descumpriu decisão da convenção do PMDB no último sábado que proíbe filiados de assumirem novos cargos no governo.

“Quem pensar em desrespeitar as decisões da CONVENÇÃO NACIONAL, do órgão máximo do partido, saiba que vai ser enquadrado no Código de Ética. O governo resolveu pagar para ver se o PMDB tinha coragem e independência, estão vendo e mais verão que exigimos respeito à nossa base e suas decisões”, disse o vice-presidente do PMDB, Eliseu Padilha, em comunicado ao partido.

A expectativa é que o processo contra Mauro Lopes dure cerca de 10 dias. Os dirigentes do partido pretendem dar uma demonstração inequívoca de distanciamento do governo.

Mais cedo, em protesto contra a nomeação de Mauro Lopes, a cúpula do PMDB não compareceu à cerimônia de posse dos novos ministros, incluindo a do ex-presidente Lula para a Casa Civil. Segundo pessoas próximas, o vice-presidente Michel Temer decidiu permanecer em São Paulo por considerar que a decisão do Palácio do Planalto é uma “afronta” ao partido.

— O governo esta afrontando a decisão do partido de não nomear novos cargos e com isto tenta desautorizar a decisão majoritária do partido. Temer, como presidente do partido, não pode comparecer à posse de um ministro que representa uma desautorização da decisão do PMDB — disse ao GLOBO um interlocutor do vice.

CUNHA DIZ QUE POSSE FOI AFRONTA

Alinhado com a decisão da cúpula do PMDB de não comparecer nesta quinta-feira à cerimônia de posse dos novos ministros, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que é uma “afronta” ao partido a decisão do governo federal.

— Com a ciência dessa decisão do PMDB, (o governo) fez uma afronta ao partido com a nomeação. O parlamentar que aceitou, a decisão é pessoal. Mas, quando o governo nomeia, ele afronta. Essa afronta mereceu a resposta do não comparecimento do presidente do PMDB na posse. Há um desconformo no PMDB com essa situação — disse Cunha, acrescentando:

— O governo nomear um ministro do PMDB com a decisão da convenção, é um desrespeito ao partido.

O vice-presidente Michel Temer decidiu permanecer em São Paulo. Senadores do partido também não foram à posse dos ministros. A executiva da legenda marcou para o dia 29 deste mês a reunião que irá definir se o partido desembarcará do governo Dilma.

— O PMDB está em um processo de profunda divisão e em discussão a sua saída do governo. Eu defendo que a reunião do diretório nacional seja já. Não dá para a gente ficar só com aviso-prévio — acrescentou Cunha.

(Colaborou Manoel Ventura, estagiário sob supervisão de Maria Lima)


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