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Pedalinhos em sítio de Atibaia foram comprados por assessor da Presidência

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SÃO PAULO — Os dois pedalinhos que estão no lago do sítio de Atibaia (SP) e que possuem capa com os nomes de dois netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram comprados por um assessor especial da Presidência da República. O trabalho do subtenente Edson Antonio Moura Pinto, de 48 anos, é “apoio a ex-presidentes da República”.

Os brinquedos, em forma de cisne branco, têm capas pretas com os nomes de Pedro e Arthur, e apareceram em uma imagem aérea exibida na edição desta segunda-feira do “Jornal Nacional”.

De acordo com nota fiscal emitida pela Ipê Fibras, em São Lourenço (MG), os equipamentos foram comprados e pagos por Moura Pinto em 2013, pelo valor de R$ 5.600.

— Ele nos achou na internet e nos ligou. Não chegou a vir aqui e também não disse para quem seria os pedalinhos. Até falei que tinha loja em Atibaia, mas ele preferiu comprar conosco. Ainda dei desconto de R$ 48 – explica o dono da loja, José Reinaldo Ferreira da Silva, de 60 anos.

Alvo da Lava-Jato por envolvimento em desvios na Petrobras, a construtora Odebrecht teria realizado obras de reforma no sítio, usado pelo ex-presidente e seus parentes. Lula admitiu que frequenta o sítio, mas alega que o local pertence a “amigos da família”.

Amigo de Lula, o pecuarista preso na Lava-Jato José Carlos Bumlai teria pagado parte da reforma do imóvel, segundo documentos apreendidos pela PF. Desde 2012, Lula e a família viajaram 111 vezes ao local. Logo após deixar a Presidência, Lula enviou seus pertences e de seus familiares ao sítio. Entre os itens transportados, havia 200 caixas – 37 delas com bebidas.

Na segunda-feira, os advogados do ex-presidente Lula e de sua mulher, Marisa Letícia, apresentaram por escrito as explicações sobre o sítio de Atibaia, na investigação movida pelo Ministério Público de São Paulo. Segundo eles, o sítio foi prospectado pelo sindicalista Jacó Bittar em 2010, que tinha a intenção de oferecer a Lula um local para que pudesse guardar os objetos que ganhou durante o período em que permaneceu na Presidência da República. Como ficou doente, Bittar teria dado o dinheiro para que seu filho, Fernando Bittar, fechasse o negócio. O valor, no entanto, teria sido insuficiente, o que levou Fernando a chamar Jonas Suassuna para entrar como sócio na propriedade.


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