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Paulo Paim transforma comissão em trincheira contra o impeachment

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BRASÍLIA – Presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, o senador Paulo Paim (PT-RS) transformou as audiências públicas do ciclo de debates “Democracia e Direitos Humanos” , em uma trincheira contra o que chama de “golpe” do impeachment da presidente Dilma Rousseff. As audiências, transmitidas por todos os canais de comunicação do Senado, que contam com sindicalistas , políticos e militantes estrangeiros contra o impeachment e até com o apresentador dos programas do PT na TV, tem dado dor de cabeça a seguranças e funcionários do Senado. No dia da leitura do relatório admitindo o impeachment, um grupo de jovens convidados para a audiência se negaram a sair e iniciaram o movimento chamado “ocupa Senado”.

Sempre com discursos políticos inflamados , a CDH tem realizado até duas audiências públicas por dia . Na última segunda-feira, com o tema “Democracia e Direitos Humanos “, com a mesa decorada com cartazes de “não vai ter golpe”, um dos convidados era o secretário geral da OEA, Luis Almagro, que tem participado de atos contra o impeachment em Brasília. Em sua palestra, o professor de Direito Constitucional da Universidade de Brasília , Alexandre Bernadino Costa, um dos líderes do movimento “Direito Achado na Rua”, que prega contra a legalidade e a favor do direito dos movimentos sociais, defendeu que os professores passem a debater o “golpe” nas escolas.

O professor da UnB também defendeu que o Ministério Público proíba a Imprensa de “violar a Constituição”.

– Existem mais de 1.200 cursos de direito no país. A gente tem mais estudantes de direito do que o mundo inteiro. Essa legião de estudantes deveria estar debatendo a violação de direitos nas suas salas de aula. A gente deveria estar parando as aulas para assistir a TV Senado e a TV Justiça e discutir o que que está ocorrendo no Brasil – defendeu o jurista Alexandre Bernardino, ao falar do impeachment.

A proposta de parar as escolas para debater a “violação” constitucional no processo de impeachment foi apoiada em seguida na fala de Sueli Bellato, “advogada e militante em direitos humanos”.

– O professor Alexandre tem completa razão. É hora de suspender todas as disciplinas das salas de aula, porque aquele aluno de seis anos tem o direito de saber o que está acontecendo no nosso país. Os pais não são os únicos responsáveis, muitas vezes de dar respostas que eles não têm. Eles precisam também que os agentes escolares digam o que está acontecendo a essas crianças. As crianças precisam estar inteiradas, precisam estar sabendo para que não haja uma lacuna entre aquele que sabe e aquele que não sabe – proferiu Sueli Bellato, sob as vistas do senador Paulo Paim.

Acusado de transformar a CDH em “cavalo de Troia” para levar para dentro das dependências da Casa manifestantes contra o impeachment, Paulo Paim se defende. O dia que os manifestantes fizeram um ato de protesto nos corredores da Casa, após a audiência, ele disse que foi um incidente porque alguns descumpriram o acordo fechado por ele com a segurança e direção do Senado. Os manifestantes tinham participado da audiência pública “Jovens – Democracia e Juventude”. Na saída, iniciaram o movimento “ocupa Senado” com gritos e palavras de ordem contra o impeachment.

– Claro que algumas pessoas tentaram incitar esses jovens muito competentes e inteligentes a não acompanhar o acordo, mas depois foram para fora. Sempre tem aqueles extremados que colocam nas redes sociais que vai haver aqui um cavalo de Troia a partir das comissões. Mas não tem nada disso. Sou um democrata. Isso não acontecerá – esclareceu Paim.

O ciclo de debates tem audiências previstas até o próximo dia 12, quando a presidente Dilma deve deixar o governo por até 180 dias.


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