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Para parlamentares, denúncias devem complicar Lula e Dilma na Lava-Jato e no impeachment

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BRASÍLIA – As novas denúncias envolvendo o ex-presidente Lula e a campanha da presidente Dilma Rousseff devem complicar a situação dos dois nas investigações da Operação Lava-Jato e no processo do impeachment, avaliam parlamentares da oposição e da base aliada do governo. As novas denúncias surgiram em delações e pré-delações do ex-deputado Pedro Correa e do empresário Ricardo Pessoa, da UTC.

Correa disse que Lula sabia do esquema bilionário de desvios da Petrobras e Pessoa revelou que o tesoureiro das campanhas do ex-presidente e da presidente Dilma Roussef, José de Filippi Junior recebeu propina em espécie até maio de 2014, quando a Operação Lava-Jato já estava em curso, de acordo com as investigações.

O senador Paulo Paim (PT-RS) reconhece que as apurações em torno de Lula e José de Filippi Junior, tesoureiro de campanhas do ex-presidente e da atual mandatária, pode ter impactos decisivos no campo político:

— Toda investigação que envolve os escalões mais altos podem trazer consequências graves. Mas tudo precisa ser apurado. O que não queremos é que haja injustiças.

PARA LÍDER DO PSDB, GOVERNABILIDADE ESTÁ PREJUDICADA

Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Imbassahy (BA) , outra consequência é que a governabilidade de Dilma fica cada vez mais prejudicada com o agravamento dos escândalos de corrupção.

– Esse escândalo, a dimensão da roubalheira, não tem a menor condição de qualquer pessoa que tem um pouco de discernimento não perceber que existe um núcleo político central no Palácio do Planalto. Os indícios estão se transformando em provas materiais. Daqui para frente só vai agravar essa situação dye Lula e Dilma — disse Imbassay.

— Os fatos novos mostram a grandiosidade dessa organização criminosa que se apossou da Petrobras e do Estado brasileiro. E reforçam a tese do impeachment os fatos que mostram que a eleição de Dilma foi comprada — completa o líder do Bloco da Minoria no Congresso, deputado Mendonça Neto (DEM-PE).

O coordenador jurídico do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP) diz que a cada dia surgem fatos novos que só agravam e confirmam os indícios de participação de Lula e Dilma nos desvios da Petrobras.

— Trata-se de uma sucessão de fatos graves, ora a evidenciar que, de fato, Lula foi o beneficiário direto da corrupção instalada, pelo seu governo, na Petrobras, ora demonstrando a conivência do atual governo com o “mal feito”, para usar uma expressão da Dilma — disse Sampaio.

Na mesma linha, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) diz que o País assiste a uma sucessão de fatos que só agravam a situação de Lula e Dilma, como “numa linha de produção” de escândalos.

— Os fatos não são novos e agora o fundamental é que se instale a comissão do impeachment para que o País veja encerrado esse circo de horrores — disse Ferraço.

O presidente do Democratas e líder do bloco da Minoria no Senado, José Agripino (RN) observa que Lula preferiu ironizar as acusações e politizar o episódio da condução coercitiva, mas pode ter se metido em uma armadilha.

— A emoção pode até funcionar no primeiro momento,mas não se sustenta na medida em que as provas aparecem. O discurso pós depoimento pode vir a ser elemento letal no confronto entre as desculpas e as provas. O ex-senador Demóstenes Torres repetiu o script . Mas o confronto entre a desculpa e as provas foi letal — avaliou Agripino.

— Acho que o que está caindo não é o mundo deles, é a cortina do palco que mostra toda a farsa dos governos petistas — completou o secretário geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP).

LÍDERO DO PT NO SENADO: ‘VAZAMENTOS SELECINADOS’

O líder do PT no Senado, senador Paulo Rocha (PA) , evitou fazer declarações sobre o avanço das investigações rumo a Lula. Além das suspeitas que resultaram na condução coercitiva do ex-presidente, na sexta-feira, Pedro Correa afirmou, em acordo de delação negociado, que Lula sabia do esquema do petrolão, declarações que coincidem com o depoimento dos senador Delcídio Amaral (PT-MS)

— Não há que se comentar nada, por enquanto, pois não temos acesso a informações confiáveis, apenas vazamentos selecionados, oportunizados, com toques de espetáculo para criminalizar determinadas pessoas —justificou o líder do PT no Senado.


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