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Para Lava-Jato, Odebrecht pagou propina a autoridade argentina

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SÃO PAULO — Os investigadores da Lava-Jato encontraram indícios de pagamentos feitos pela Odebrecht a uma “autoridade argentina” através de uma offshore usada pela empresa para pagar propina desviada da Petrobras. A Polícia Federal encontrou uma planilha gerada pela secretária de confiança do ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, com dados de pagamentos ilícitos envolvendo eleições no Brasil e no exterior.

O documento foi encontrado em um dos computadores da empresa apreendidos pela Polícia Federal na sede da Odebrecht no ano passado. De acordo com os investigadores, a planilha se tratava de “um controle de pagamentos ilícitos”. Além da autoridade argentina, identificado como Ricardo Jaime, ex-secretário de Transportes da Argentina, foram encontrados os nomes do publicitário João Santana — referido como “Feira”, um trocadilho com a cidade baiana de Feira de Santana — e ao ex-ministro José Dirceu — que aparece como “JD”. Os investigadores acharam uma cobrança do assessor de Jaime, Manuel Vasques, a Odebrecht.

Os pagamentos foram feitos através da offshore Klienfeld, que já foi indentificada pela Lava-Jato como um dos caminhos de propina da Odebrecht no exterior. A offshore foi usada para pagar ex-dirigentes da Petrobras, entre eles os ex-diretores Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, Jorge Zelada e Nestor Cerveró.

Nesta segunda-feira, a Polícia Federal deflagrou a 23ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de “Acarajé” em alusão ao termo utilizado por investigados para denominar dinheiro em espécie. Cerca de 300 agentes cumpriram 51 mandados, sendo 38 de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva. O publicitário João Santana é um dos alvos desta etapa. Há mandado de prisão temporária expedido contra ele e sua mulher e sócia, Mônica Santana. O casal está na República Dominicana, onde trabalham na campanha de Danilo Medina à reeleição, e, por isso, não foram presos. Eles foram incluídos na lista da Interpol em alerta vermelho.

As ações da PF nesta segunda-feira aconteceram em três estados. No Rio, os agentes estiveram na capital, em Angra, Petrópolis e Mangaratiba. Também houve cumprimento de mandados na capital paulista, em Campinas e Poá, em São Paulo. Na Bahia, os policiais federais atuaram em Salvador e Camaçari.


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