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Palácios da Alvorada e Jaburu têm forte movimentação antes da votação

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BRASÍLIA – Os palácios da Alvorada e do Jaburu têm forte movimentação desde o início da manhã deste domingo. Deputados, ministros e governadores se reúnem a todo momento com a presidente da república, Dilma Rousseff, e o vice, Michel Temer. O maior trânsito, porém, é em direção ao Jaburu. Temer recebeu a visita, principalmente de deputados já declarados favoráveis ao impeachment da presidente. Enquanto isso, a presidente Dilma recebeu no Alvorada os ministros da ciência e tecnologia, Celso Pansera (PMDB-RJ); da agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO); e da Saúde, Marcelo Castro (PMDB-PI), além dos governadores do Piauí, Wellington Dias (PT); de Sergipe, Jackson Barbosa (PMDB); e do Acre, Tião Viana (PT).

A articulação para tentar conter a perda de votos contra o impeachment começou cedo no Palácio da Alvorada. Lula voltou a Brasília na manhã deste domingo e, também do Palácio da Alvorada, tenta uma última ofensiva antes da votação: o petista está ligando para deputados para tentar conquistar votos contra o afastamento ou pelo menos para pedir a abstenção na sessão em plenário, de forma a evitar os 342 votos necessários ao impeachment. A estratégia foi confirmada ao GLOBO por deputados petistas próximos ao ex-presidente.

No Congresso, o clima parece amplamente favorável ao impeachment. Os deputados envolvidos nas articulações em favor da saída da presidente demonstravam confiança na vitória. E contrastavam com o semblante dos petistas, mais cansados.

O deputado Carlos Marun (PMDB/MS) afirmou que Temer já não se reúne com o objetivo de contar votos. Segundo Marun, a oposição já tem o apoio de mais de 370 deputados.

— Alguns deputados e amigos estão simplesmente desejando um bom dia. Nosso presidente está tranquilo, mas consciente da responsabilidade de que daqui alguns dias terá que administrar o país, não mais que isso. Temos uma concreta confiança de que o resultado já está consolidado. Vamos ter mais de 370 votos favoráveis ao impeachment – declarou.

O deputado Mauro Pereira (PMDB-RS), que também esteve no Jaburu, declarou que a maior preocupação de Temer, no momento, é o que ele chama de ‘pós-eleição’.

— Ele está confiante em nós, não só no PMDB, mas de todos os partidos que estão ajudando ele. A preocupação dele é hoje e no pós-eleição. Ainda tem o Senado e dar uma resposta à sociedade brasileira – afirmou.

O deputado Danilo Forte (PSB-CE) também visitou o vice-presidente e disse que Temer está confiante no trabalho da oposição na Câmara.

— Sem sombra de dúvida, o presidente Michel Temer é um aglutinador é um político capaz, experiente e todos encontram nele um conforto, aconchego e uma alegria de poder contar com uma pessoa capaz de fazer o Brasil se reencontrar — disse Forte.

O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), aliado de Dilma, afirmou que conseguiu converter, ao menos, 12 votos do PP para se posicionarem contra o impeachment. A reunião, segundo Costa, foi no apartamento do vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (MA).

— Acebei de vir de uma reunião com doze deputados do PP. Estão firmes, batido o martelo com o governo. Isso é terrorismo desses irresponsáveis da oposição, desse homem que está rasgando a história, esse Michel Temer de quem eu tenho nojo — declarou.

Sobre a especulação de que o Maranhão teria mudado de posicionamento em relação ao processo de impeachment, Costa disse que o vice-presidente da Câmara não seria indecente com o governo.

— Waldir Maranhão é um homem de bem. É um homem decente daquela casa. Nós vamos ganhar – completou.

A direção nacional do PP ainda negocia principalmente com o grupo da Bahia para ter o máximo de votos a favor do impeachment. A negociação maior é com os deputados do estado, porque o vice-governador João Leão, que é do partido, quer que os parlamentares locais votem contra o impeachment. A pressão do governador da Bahia, o petista Rui Costa, é grande. Mas a Bahia é um dos últimos estados a ser chamado para votação. Por isso, se até lá, os 342 a favor do impeachment já tiverem sido alcançados, a tendência é que os deputados mudem e votem com o partido. É a chamada onda da votação.

Acompanhado pelo deputado André Moura (PSC-SE), um dos maiores aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-ministro Eliseu Padilha fez uma romaria, pela, por lideranças de partidos que apoiam o impeachment. Além do PMDB, ele já foi ao PSDB, DEM e PTB.

— Há um entusiasmo muito grande, todo mundo dizendo o óbvio, que há um efeito dominó, a cada momento a gente tem novas adesões, o que nos agrada muito e aumenta a responsabilidade no amanhã, nas coisas que a gente vai ter que falar depois que terminar o processo no Senado — garantiu Padilha.

(*Estagiário sob supervisão de Paulo Celso Pereira)


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