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Pagamento a Lulinha foi usado para construir sites, diz Instituto Lula

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SÃO PAULO — O Instituto Lula divulgou nesta segunda-feira o detalhamentos dos repasses feitos pela entidade à G4 Entretenimento, que pertence ao filho do ex-presidente Fábio Luis e a Fernando Bittar, dono do sítio em Atibaia usado por Lula. Os investigadores da Lava-Jato apuram se os pagamentos, no total de R$ 1,3 milhão, foram usados para ocultar o repasse de verba do instituto para o ex-presidente e sua família.

De acordo com a entidade, responsável por cuidar do legado e da memória política do ex-presidente, os repasses pagaram quatro serviços específicos que tiveram início em setembro de 2013 com duração previstas de dois anos: o site oficial do Instituto Lula (R$ 252.833,00), a página do Memorial da Democracia (R$ 80.000,00), o Brasil da Mudança (R$ 849.347,00) e o Acervo Presidência ( R$ 148.620,00). O último ainda não foi lançado oficialmente, de acordo com a assessoria do ex-presidente.

O Instituto Lula diz que a G4 Brasil prestou, gratuitamente, assessoria na construção dos dois primeiros sites da entidade em 2011. Em 2012, ela foi contratada para executar os “projetos de internet” do Instituto. De acordo com a nota, todos os pagamentos feitos estão registrados e declarados.

A entidade afirma ainda que há “mais de mil e-mails e dezenas de relatórios periódicos” de acompanhamento de cada um dos projetos que comprovam não apenas as entregas, mas o caráter profissional da relação entre empresa e instituto.

“Relação esta que nunca foi segredo. A G4 Brasil esteve presente e foi citada nos lançamentos públicos (com ampla presença de imprensa) dos projetos Brasil da Mudança e Memorial da Democracia. Ela também figura no expediente deste último projeto”, diz a nota.

O Instituto Lula diz ainda que adquiriu os serviços de mais de 20 fornecedores diretos na execução desses projetos, entre eles “os grupos Globo, Folha, Abril, Estado e também a G4 Brasil”.

A força tarefa da Operação Lava-Jato suspeita que o ex-presidente Lula tenha usado o instituto que leva seu nome para ocultar pagamentos aos filhos, ex-funcionários e colaboradores, com o intuito de lavar recursos oriundos de corrupção. A polícia diz ter indícios de que estes pagamentos, na verdade, teriam o ex-presidente como beneficiário final.

Por se tratar de entidade sem fins lucrativos, o instituto é isento de pagamento de impostos e, nessa condição, teria a obrigação de aplicar todos os recursos que recebeu em atividades relacionadas à missão da entidade.

Os investigadores vão verificar se a G4 e outras empresas que receberam do ex-presidente prestaram algum serviço relacionado à missão do instituto. Se verificar que não foram prestados serviços, os investigadores acreditam ter provas de que a entidade pode ter sido usada para lavar dinheiro oriundo de corrupção, e que tinham como destinatário o ex-presidente.

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