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Oposição critica visita de Dilma a Lula após ação da Lava-Jato

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BRASÍLIA — Líderes da Oposição acusaram a presidente Dilma Rousseff de, no comando constitucional do Estado brasileiro, agir para desmoralizar o Judiciário, ao se reunir neste sábado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje em São Bernardo do Campo. Ela viajou a São Paulo para fazer um desagravo a Lula, alvo de investigação da Operação Lava-jato, levado ontem a depor por condução coercitiva. Os dois, ao lado de dona Marisa, acenaram para a multidão da varanda do prédio onde o petista mora. Já os petistas defenderam a unidade e consideraram positiva a presença de Dilma ao lado de Lula nesse momento de “guerra”.

— A presidente Dilma perdeu o último resquício de razão. É o clássico abraço de afogados — criticou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

— Querem destruir e desmoralizar o Judiciário. É a velha prática petista de misturar instituição de estado com relações pessoais e partidárias. As amizades são sempre colocadas acima das instituições dos interesses da República — avaliou o líder do bloco da Minoria no Congresso, deputado Mendonça Neto (DEM-PE) .

Um dos parlamentares que viajaram ontem a São Paulo para apoiar Lula após o depoimento, o senador Lindbergh Faria (PT-RJ) comemorou a ida de Dilma a São Bernardo.

— Encaramos como muito positiva essa ida da Dilma ao encontro do Lula. Fizeram uma violência, uma ilegalidade. Não podiam ter feito condução coercitiva. É hora de unidade. Dilma, Lula e todo PT tem que estar juntos para enfrentar essa guerra — defendeu Lindbergh.

O senador Paulo Paim (PT-RS) considera “natural” a ida da presidente Dilma a São Bernardo co Campo, considerando se tratar de uma ação pessoal:

— Nesse momento, o ser humano Dilma Rousseff, que ficou tanto tempo caminhando ao lado dele, agiu de forma natural, indo prestar solidariedade. Isso não depõe contra ela.

O presidente do DEM e líder do bloco da minoria no Senado, José Agripino Maia, criticou a visita da presidente Dilma a Lula. Para ele, a ida da chefe de Estado foi além de uma simples “visita entre amigos” e foi realizada em “clima de comício”.

Além disso, há o agravante, segundo o senador, de que, uma vez que o ex-presidente está em condição de investigado, Dilma estaria afrontando outras instituições, como o Judiciário e a Polícia Federal.

– Ela (Dilma) age na contramão de uma chefe de estado. Ela,que é chefe de Estado, vai a São Bernardo desagravar uma pessoa que claramente entrou em confronto com instituições de estado. Não foi uma visita discreta, como poderia e deveria ser, entre amigos. Foi uma visita preparada, com claque, com comboio, com aviso prévio. Ela participou de um ato político, não foi uma visita — criticou Agripino.

Antes de se reunir com Dilma, o ex-presidente desceu para saudar os manifestantes, ele falou brevemente no microfone de um carro de som.

— Eu só vim cumprimentar os companheiros que estão aqui e agradecer a solidariedade. Não tem cabimento discursar aqui porque estamos do lado de um hospital — disse.

Recém filiado ao PSDB, o ex-peemedebista senador Ricardo Ferraço (ES) diz que essa movimentação da presidente Dilma e de Lula sinaliza “um absoluto desprezo” pelas instituições e valores democráticos.

— Estamos assistindo a uma tentativa de achincalhar as instituições dentro de um movimento padrão que já assistimos na Venezuela e outros países alinhados: não respondem as denúncias, se vitimizam e incitam a violência afrontando as instituições — criticou Ferraço.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, condenou a ida de Dilma ao encontro de Lula hoje, e recomendou que ela gaste mais seu tempo para cuidar dos assuntos de interesse do País .

— Uma presidente da República deveria ter mais o que fazer, ainda mais quando o País que governa (ou desgoverna) encontra-se em tamanha crise criada pelo seu próprio governo — criticou o líder socialista


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