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Operador suspeito de pagar marqueteiro do PT avalia fazer delação

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SÃO PAULO — O operador de propinas da Petrobras Zwi Skornicki é o mais novo investigado da Operação Lava-Jato a cogitar fazer uma delação premiada. Advogados sondaram a força-tarefa do Ministério Público Federal sobre a possibilidade colaboração com a Justiça. Zwi está preso desde o início de fevereiro, suspeito de ter pagado US$ 4 milhões ao marqueteiro petista João Santana em contas no exterior.

Nas últimas semanas, pelo menos seis investigados e sete empresas suspeitas de participação no esquema de corrupção fizeram consultas aos investigadores sobre a possibilidade de confessar seus crimes, em troca de benefícios como a redução na pena.

A delação Zwi é vista com bons olhos pelos investigadores da Lava-Jato, já que as operações comandadas por ele podem provar que o dinheiro desviado da Petrobras abasteceu campanhas presidenciais comandadas por Santana. Durante a 23ª fase, batizada de Acarajé, descobriu-se que Zwi fez nove repasses para uma conta secreta do marqueteiro petista na Suíça. Três dos noves repasses, que chegaram a US$ 1,5 milhão, ocorreram entre julho e novembro de 2014, período em que Santana e sua mulher, Mônica Moura, conduziam a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff.

O boom de pessoas interessadas em fazer delação premiada surpreendeu os investigadores da Lava-Jato. Entre os advogados, a ação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última sexta-feira, é considerada um dos fatores que levou a essa disposição de colaborar com a Justiça. A frase do procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, no início da entrevista coletiva da última sexta-feira, assustou: “Não há ninguém isento de investigação neste país”.

Os investigadores da Lava-Jato são céticos sobre a suposta onda de delações. Além de Zwi, estariam negociando acordos a publicitária Mônica Moura, mulher de Santana; o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula; os empresários Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro; e a secretária da construtora Odebrecht Maria Lúcia Tavares.

— Temos que ver com uma certa distância esse mar de boas intenções — afirmou um investigador ao GLOBO.

De acordo com outro membro da força-tarefa, os critérios para novos acordos aumentaram:

—Estamos mais rigorosos.

Até o momento, foram celebrados 48 acordos de colaboração premiada, sendo 43 com pessoas físicas e cinco com empresas.


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