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OMS lança recomendações para transfusão de sangue em regiões afetadas pelo zika

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BRASÍLIA — A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou recomendações preliminares para os serviços de transfusão de sangue em regiões afetadas pelo zika, como o Brasil. Além de sugerir que doadores com sintomas de infecção pelo vírus nos últimos 28 dias não façam a coleta do material, a entidade propõe um monitoramento de 14 dias entre os que efetivarem a doação por estarem em boas condições de saúde. Se, nesse período, eles não apresentarem qualquer sinal da doença, o sangue deverá ser liberado para transfusão.

O relatório técnico aponta para a necessidade de reforço nas medidas de segurança dos serviços de sangue citando o primeiro caso de possível transmissão do vírus zika por transfusão relatado pelas autoridades brasileiras. A contaminação foi confirmada, no início deste mês, pelo Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O doador, um homem de 20 anos, apresentou os sintomas três dias depois da doação, em abril de 2015. Na ocasião, a doença foi tratada como dengue, devido à semelhança do quadro clínico.

O paciente politraumatizado que recebeu o sangue, até então acima de qualquer suspeita, apresentou queda de plaquetas, que não era compatível com a sua condição de saúde. A partir daí, o Hemocentro rastreou as bolsas do sangue transfundido. Foram analisadas 18 amostras. Em uma delas, que correspondia ao homem que acreditava ter tido dengue logo depois da doação, o resultado deu positivo para zika, levando o Hemocentro a confirmar a contaminação via transfusão de sangue.

Apesar de considerar as medidas importantes, a própria OMS ressalta que elas têm “baixo impacto” na redução da infecção. Um dos problemas apontados no informe internacional é o índice pequeno, de cerca de 20%, dos infectados por zika que apresentam algum tipo de sintoma. Entre os mais comuns estão febre, dor no corpo, manchas na pele e conjuntivite não purulenta.

Registrada febre ou então dois ou mais sintomas relacionadas ao zika, nos últimos 28 dias, o doador deve esperar por igual período, contado a partir do desaparecimento dos sinais da doença, para coletar o sangue, segundo a sugestão da OMS. A entidade recomenda inclusive que pessoas que estejam convivendo com infectados por zika, dengue ou chicungunha não doem sangue. O informe da OMS pede aos países que reforcem os critérios da entrevista pré-doação.

Uma pequena parte do informe é destinada às regiões que não foram afetadas pelo zika. Apesar de estarem livres da circulação do vírus, a OMS recomenda que esses países adiem por 28 dias a doação de sangue de pessoas que visitaram áreas afetadas. O documento da OMS foi preparado em colaboração com especialistas na área de transfusão.

Depois da suspeita de transmissão do zika por transfusão de sangue em Campinas, o Ministério da Saúde informou ter reforçado, para os serviços de coleta, o protocolo já vigente no país, que impede a doação de pessoas que tiveram febre ou outros sintomas de infecções nos últimos 30 dias.


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