Novo presidente da OAB diz que Brasil é uma ‘nau à deriva’
BRASÍLIA — O novo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, fez duras críticas ao governo e aos políticos em seu discurso de posse na noite desta terça-feira. Lamachia diz que o país vive uma crise política, moral e econômica sem precedentes e que esse quadro é fruto das desventuras de um modelo superado.
Ele criticou a economia e afirmou que os políticos estão acuados e só preocupados em salvar seus mandatos. O advogado citou nominalmente a presidente Dilma Rousseff ao criticar a tentativa da volta da CPMF, defendeu o afastamento imediato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e voltou a criticar o retorno de Delcício Amaral ao Senado.
— O Brasil vive um atoleiro, fruto de desventuras de um modelo político superado. O Brasil está paralisado pelos desmandos, com governantes acuados com investigações de todo tipo, em guerra permanente um com o outro. A economia do país derrete e a única coisa que se vê são autoridades tentando salvar seus próprios mandatos, pensando em si mesmos. Ninguém pensa na nação — afirmou Lamachia, num palanque ao lado de várias autoridades, entre as quais dois ministros do governo Dilma Rousseff: Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência) e Luis Inácio Adams (Advocacia-Geral da União ).
— O Brasil mais parece uma nau à deriva. Vivemos um momento absolutamente tormentoso. Precisamos desesperadamente avançar. Conclamo todos os brasileiros a reunificar essa Nação esfacelada.
Ele citou Dilma ao criticar a defesa da presidente da volta da CPMF.
— Nossa carga tributária é indecente. O governo federal tenta recriar a CPMF, consumando um absurdo: ao povo famélico, manda comer brioche. Que riqueza é essa que a presidente da República quer tributar em meio a uma das maiores recessões da nossa história — disse.
Lamachia citou ainda os escândalos do “Petrolão”, nas palavras dele, a “caixa preta” do BNDES e a Operação Zelotes.
— Quantos esquemas de corrupção. E o Congresso Nacional com algumas lideranças indelevelmente tisnadas pela marca dos mal feito e da corrupção. Pedimos imediatamente o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados e de um senador preso e que quer voltar ao Parlamento. Um verdadeiro deboche com o cidadão.
