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Novo delator movimentou mais de US$ 140 milhões em propinas

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SÃO PAULO. A defesa de Leonardo Meirelles informou nesta terça-feira ao juiz Sérgio Moro, por ofício, que ele e o irmão, Leandro Meirelles, vão depor no próximo dia 9 de maio na condição de delatores, pois o acordo de colaboração já foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo o advogado Haroldo Nater, Leonardo Meirelles realizou mais de quatro mil operações financeiras no exterior feitas a pedido do doleiro Alberto Youssef. Muitas delas beneficiaram políticos com foro privilegiado.

– Ele movimentou mais de US$ 140 milhões – afirmou Nater.

Os irmãos Meirelles vão depor na Justiça Federal do Paraná no processo que envolve João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, responsável pela abertura de offshores para Youssef. Leonardo Meirelles cedia empresas, como o laboratório Labogen, para que fossem feitas as transferências de dinheiro para o exterior. O Ministério Público Federal autorizou uma viagem dos irmãos à China, para que pudessem identificar contas e beneficiários de valores.

Leonardo Meirelles já foi condenado a cinco anos e seis meses de prisão numa das ações penais da Lava-jato e responde a mais dois processos. Também já prestou depoimento na condição de testemunha de acusação contra executivos da Odebrecht. Ele disse que providenciou o pagamento no exterior de R$ 7,5 milhões, que, segundo Youssef, teria como origem a Odebrecht.

Meirelles teria feito operações financeiras que resultaram no pagamento de US$ 5 milhões ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, referente à propina paga pelo navio sonda Petrobras 10000. Em depoimento à Justiça, o delator Júlio Camargo, que representava a Samsung, afirmou ter atrasado o pagamento de US$ 10 milhões em propina e que foi pressionado por Eduardo Cunha a quitar o débito.

O doleiro Alberto Youssef, outro delator da operação, afirmou que, a pedido de Júlio Camargo, ajudou a repassar para o lobista Fernando Soares, o Baiano, parte da propina destinada ao presidente da Câmara. Meirelles teria participado da operação, ao firmar um contrato fictício com uma das empresas de Júlio Camargo para justificar a transferência de recursos. A defesa de Cunha nega, e diz que não há provas de que o dinheiro foi de fato recebido pelo deputado.


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