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Nova fase da Lava-Jato tem marqueteiro João Santana como alvo

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RIO — A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta segunda-feira, a 23ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de “Acarajé” em alusão ao termo utilizado por investigados para denominar dinheiro em espécie. Cerca de 300 agentes cumprem 51 mandados, sendo 38 de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva. As ações acontecem em três estados. No Rio, os agentes estão na capital, em Angra, Petrópolis e Mangaratiba. Também há cumprimento de mandados na capital paulista, em Campinas e Poá, em São Paulo. Na Bahia, os policiais federais atuam em Salvador e Camaçari.

O publicitário João Santana é um dos alvos desta etapa. Ele foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Há mandado de prisão temporária expedido contra ele e sua mulher e sócia, Monica Santana. O casal está na República Dominicana, onde trabalham na campanha de Danilo Medina à reeleição, e, por isso, não foram presos. À Globonews, Monica disse que voltará ao Brasil assim que receber a notificação da Justiça.

O publicitário passou a ser investigado em um inquérito sigiloso após suspeitas de manter contas no exterior, com origem não declarada. Um dos indícios da existência das contas para a Polícia Federal são anotações apreendidas na casa do engenheiro Zwi Skornicki, que também é alvo de um mandado de prisão preventiva . Segundo a revista “Veja”, as anotações foram atribuídas à Monica Moura, que teria indicado as contas do marido fora do país. Na ocasião, Santana negou a prática de caixa 2 por meio de sua empresa, a Pólis Propaganda & Marketing.

A PF também cumpre mandado de prisão preventiva contra Zwi Skornicki, que é suspeito de operar proninas no esquema da Petrobras. A polícia esteve na casa dele, na Barra da Tijuca, no Rio. Os agentes também estiveram nas sedes da Odebrecht em São Paulo e no Rio. Dois carros da PF foram à Avenida Pasteur, em Botafogo, no Rio, onde fica a Odebrecht Óleo e Gás. Eles chegaram ao local por volta de 7h30m e permanecem dentro da sede da empresa.

CAMPANHAS NA MIRA

De acordo com a Polícia Federal, as investigações da nova etapa da Lava-Jato apontam para pagamentos de mais de US$ 7 milhões feitas por um grupo empresarial e destinados a contas no exeterior. Os investigadores reastrearam os supostos pagamentos feitos pela Odebrecht e Skornicki para contas que perteceriam a João Santana. A suspeita da PF é de que o pagamento veio de serviços eleitorais prestados ao PT.

No sábado, João Santana se colocou à disposição para prestar esclarecimentos à força tarefa da Lava-Jato após o juiz Sérgio Moro negar a seus advogados o acesso às investigações envolvendo o publicitário. Santana comandou as três últimas campanhas do PT à Presidência — da presidente Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.

Em ofício encaminhado ao juiz Sérgio Moro, o criminalista Fabio Tofic, que representa o publicitário e sua mulher, afirmou que os dois estão dispostos a prestar esclarecimentos em qualquer investigação que envolva os seus nomes. Tofic afirma que o casal “foge completamente ao perfil de investigados” na Operação Lava-Jato.

A última fase da Lava-Jato foi deflagrafa no dia 22 de janeiro e teve como alvo de investigação a abertura de empresas no exterior e a compra de apartamentos no Condomínio Solaris, no Guarujá. Na ação, chamada de Triplo X.


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